Juros nos novos empréstimos habitação estão no nível mais baixo desde setembro de 2022, revelam dados do BdP.
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Crédito habitação em Portugal
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Continua a assistir-se em Portugal a uma corrida ao crédito habitação. Em maio, os bancos concederam 2.045 milhões de euros em novos empréstimos para comprar casa, mais 46% do que há um ano. E são os jovens os maiores responsáveis por este pulo. A incentivar a maior contratação de financiamento bancário está também a redução dos juros a elevado ritmo.

Estas são algumas conclusões que se podem tirar a partir dos dados do Banco de Portugal (BdP) esta sexta-feira publicados (dia 4 de julho). “Na finalidade de habitação, o montante de novos contratos aumentou 250 milhões de euros, para 2.045 milhões de euros em maio”, lê-se no boletim. Esta evolução representa um aumento mensal de 14% e uma subida anual de 46%. 

São mesmo os jovens que os principais responsáveis por dinamizar o mercado hipotecário português nos últimos meses, uma vez que têm agora acesso à isenção de IMT e à garantia pública. “O crédito concedido a mutuários com idade igual ou inferior a 35 anos representou 58% do montante de novos contratos para habitação própria permanente concedidos em maio (excluindo os novos contratos para consolidação de crédito e as transferências de crédito para outra instituição), valor igual ao observado em abril”, explica o regulador.

Juros no crédito habitação no nível mais baixo desde setembro de 2022

Outro incentivo é a redução dos juros, que está a ocorrer a elevado ritmo. Nos novos contratos de crédito habitação, a taxa de juro média caiu 0,10 pontos percentuais (p.p.) no último mês fixando-se em 2,92% em maio, o valor mais baixo desde setembro de 2022, refere o boletim.

Considerando os novos contratos e os renegociados, o BdP afirma que “a taxa de juro média das novas operações de crédito à habitação apresentou a maior redução dos últimos nove meses: desceu 0,11 p.p. relativamente a abril, para 2,96%”. De notar que os juros nas renegociações estão em 3,18%, depois de terem caído 0,14 p.p. no último mês.

Portugal ficou, assim, com uma taxa média nas novas operações de crédito da casa (2,96%) abaixo da média europeia (3,30%), a qual evoluiu em sentido contrário no último mês (+0,4 p.p.). Entre os países da área euro, Portugal apresentou a sexta taxa de juro média mais baixa.

Esta queda dos juros no nosso país é explicada não só pela descida da Euribor, mas também por uma maior contratação de empréstimos habitação a taxas mistas mais acessíveis. Em maio, 72% dos novos créditos da casa foram contratados a taxa mista (que fixa os juros num período inicial do contrato, seguido de um período com taxa de juro variável).

E a taxa mista continua a ser a mais baixas de todas. “A taxa de juro média das novas operações a taxa mista foi de 2,82% em maio, menos 0,08 p.p. do que em abril. A taxa de juro média das novas operações a taxa variável foi a que mais se reduziu (0,25 p.p., para 3,01%), ficando abaixo da verificada nas operações a taxa fixa, que diminuiu 0,08 p.p., para 3,54%”, detalha o BdP na mesma publicação.

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