
Em julho, as taxas Euribor inverteram a tendência dos últimos meses, com os prazos mais curtos a subir ligeiramente e o prazo a 12 meses a registar uma descida residual. Este cenário tem baixo impacto nos novos créditos habitação contratados em agosto face às condições simuladas no mês anterior. Isto porque a subida mensal das prestações da casa indexadas à Euribor a 3 e a 6 meses é de apenas um euro, tal como revelam as simulações.
No último mês, a Euribor não teve grandes incentivos para voltar a descer. Desde logo porque o Banco Central Europeu (BCE) manteve as taxas diretoras inalteradas na reunião de dia 24 de julho, interrompendo o ciclo de descidas iniciado há mais de um ano. E, depois, porque os mercados financeiros continuam cautelosos perante os impactos das tarifas de Trump na economia e inflação.
Foi neste contexto que as médias mensais da Euribor em julho também inverteram a tendência observada nos últimos meses, subindo ligeiramente nos dois prazos mais curtos (mais acentuada a 6 meses) e descido pouco no prazo mais longo:
- Euribor a 12 meses: fixou-se em 2,079% em julho, menos 0,002 pontos percentuais (p.p.) face ao mês anterior. Em junho, este indexante havia estabilizado;
- Euribor a 6 meses: média mensal subiu para 2,055%, mais 0,005 p.p. face ao mês anterior;
- Euribor a 3 meses: aumentou para 1,986% em julho, uma subida mensal de 0,002 p.p.;
Prestações da casa pouco mexem em agosto nos novos créditos habitação
Com estas mexidas à milésima da Euribor, as prestações da casa nos novos créditos habitação contratados em agosto vão ficar praticamente estáveis face ao mês anterior. É isso que mostram as simulações do idealista/créditohabitação, que têm em conta um empréstimo da casa a taxa variável contratado em agosto (que usa a média mensal da Euribor de julho) no valor no valor de 150.000 euros, com spread 1% e prazo de 30 anos:
- Euribor a 12 meses: aqui a prestação da casa será de 638 euros nos doze meses começados em agosto, ficando estável face ao mês anterior e face a junho;
- Euribor a 6 meses: a prestação da casa a pagar em agosto e nos cinco meses seguintes será de 637 euros, apenas mais 1 euro face à prestação calculada para um crédito assinado em julho;
- Euribor a 3 meses: a prestação da casa será de 631 euros nos primeiros três meses do contrato, mais 1 euro face ao mês anterior.
Ainda assim, quem já está a pagar um crédito habitação a taxa variável (ou mista em período variável) vai sentir alívio na prestação da casa se for revista em agosto. A Euribor a 12 meses está bem mais baixa do que a observada há um ano (3,526%). Também a média mensal da Euribor a 6 meses em julho está mais reduzida do que há seis meses (2,46%). E o mesmo se observa na Euribor a 3 meses, que em maio estava mais elevada (2,087%). De notar que a dimensão da descida da prestação da casa depende também do montante em dívida, além do ano do contrato e condições do empréstimo.
Como vai evoluir a Euribor até ao final do ano?
É sabido que a evolução da Euribor anda de braço dado com as perspetivas do mercado sobre o rumo da política monetária do BCE. Enquanto alguns analistas antecipam a manutenção das taxas diretoras, pelo menos, até ao final deste ano, outros preveem um novo corte, de 25 pontos base, a 11 de setembro, data da próxima reunião do regulador europeu.
Há um consenso generalizado de que haverá mais um corte dos juros do BCE este ano. E as previsões dos analistas também convergem na medida em que assumem que a Euribor vai ficar ligeiramente abaixo dos 2% até ao final de 2025.
Enquanto a Euribor a 12 meses poderá ficar em torno de 1,9%, os prazos mais curtos poderão descer um pouco mais. As curvas 'forward' – que indicam a expectativa do mercado em relação à fixação das taxas futuras - mostram que a Euribor a 3 meses deverá fechar 2025 em 1,80% e a Euribor a 6 meses deverá cair até 1,88%.
No início de 2026, tudo indica que as taxas Euribor deverão descer mais um pouco antes de começarem a subir a partir de abril. Estes dados sugerem que o fim do ciclo de queda da Euribor estará para breve.
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