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O banco espanhol CaixaBank assumiu o domínio quase absoluto do capital do BPI, que deixará de ter como presidente um dos banqueiros portugueses mais antigos ainda em funções de topo, Fernando Ulrich. “O BPI beneficiará de pertencer a um dos maiores grupos da Europa”, disse o presidente do CaixaBank, Gonzalo Gortázar, para quem “Portugal é um país com grande potencial”. “Queremos ser parte do seu futuro”, frisou.

O banqueiro espanhol agradeceu a todos os colaboradores e acionistas, defendeu os méritos da OPA e adiantou que fornece estabilidade ao BPI e acesso a financiamento em melhores condições (porque o rating melhora), o que vai favorecer as famílias e as empresas portuguesas. “O BPI irá manter-se de base portuguesa, o que explica a maioria de membros portugueses nos órgãos sociais”, acrescentou, citado pelo Público.

Antes de Gonzalo Gortázar, foi a vez de Fernando Ulrich falar aos jornalistas. Indicado para ocupar o lugar de presidente do conselho de administração (chairman), notou que a OPA era amigável e que decorreu em família e que a partir de agora, com o CaixaBank como dono, o BPI terá maiores probabilidades de ser um parceiro ativo e inovador em Portugal.

Ulrich considera que se entrou num novo ciclo e que faz todo o sentido o banco passar a ser liderado por um gestor espanhol, que neste caso será Pablo Forero – assume o cargo de CEO em março. “Não vou ter saudades do BPI porque continuarei completamente comprometido com o BPI. Espero talvez com um pouco menos de ‘stress’, até porque vou fazer 65 anos no dia da assembleia geral (AG)”, que servirá também para passar a pasta executiva ao espanhol Pablo Forero, afirmou.

“Saudades não vou ter nenhumas porque continuo cá. Já trabalho há 45 anos e já não tenho a energia que já tive”, reforçou, justificando assim o pedido que apresentou para deixar a comissão executiva do BPI, na sequência da OPA.

Rescisões amigáveis

Gonzalo Gortázar confirmou que haverá saída de trabalhadores, mas por rescisões amigáveis, sem recurso a despedimentos, seguindo a prática do BPI. O banqueiro observou que a saída de 900 trabalhadores, projetada no prospeto da OPA, era “meramente indicativa”.

No final da OPA, o CaixaBank ficou com 84,51% do BPI, tendo comprado 39,11% do capital aos acionistas do BPI, posição que se vai juntar aos 45,5% já detidos na instituição. Como o Allianz manteve a sua posição de 8,43%, o capital disperso ficou muito reduzido e o título pouco atrativo. Por isso, a Euronext comunicou que “foi decidida a exclusão das ações do Banco BPI do PSI-20, com data efetiva a 10 de fevereiro”. Ainda assim, o CaixaBank já notificou as autoridades que pretende manter o BPI cotado na Bolsa de Lisboa.

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