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Greve “sem fim à vista” arranca com serviços mínimos - mas à beira da requisição civil
GTRES

Está em marcha a greve dos motoristas de matérias perigosas, agendada para esta-segunda-feira (12 de agosto de 2019), e que deve manter-se por tempo indeterminado até que os patrões apresentem uma “proposta razoável”, segundo os sindicatos. O primeiro dia da paralisação arrancou com os serviços mínimos a serem cumpridos, sob a “ameaça” iminente de uma requisição civil. O primeiro-ministro, António Costa, diz que está “tudo a decorrer com enorme civismo e tranquilidade”.

De acordo com o site Já Não Dá Para Abastecer, pelas 12h00 desta segunda-feira, de um total de 2.955 postos de combustível, 461 (15,6%) já não tinham nem gasóleo nem gasolina para vender e 465 (15,7%) apenas tinham em "parte". A informação é atualizada minuto a minuto, pelo que é natural que os números subam rapidamente.

A paralisação arrancou às 00h00 sem data de validade, tendo sido convocada pelo Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), aos quais se juntou o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN).

Depois de uma ronda negocial falhada entre Governo e sindicatos – e de os patrões recusarem sentar-se à mesa com os motoristas sob a ameaça de uma greve –, o Executivo de António Costa decidiu fixar serviços mínimos entre 50 e 100%, declarando o estado de crise energética.

O cumprimento dos serviços mínimos está a ser assegurado, para já, ainda que esta manhã o porta-voz e vice-presidente do SNMMP, Pedro Pardal Henriques, tenha apelado ao seu não cumprimento, dizendo que os trabalhadores estão a ser ameaçados e subornados para irem trabalhar pela Antram – que entretanto veio rejeitar as acusações. Um passo à frente, para logo depois dar dois atrás. Pedro Pardal Henriques recuou na decisão, afirmando que “para já” os motoristas continuam a “trabalhar e a cumprir serviços mínimos”.

O porta-voz do Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas reforça que os trabalhadores “ficam revoltados porque estão a ser limitadas no seu direito à greve” e que espera que “o primeiro-ministro possa tomar providências para que isto não volte a acontecer”.

António Costa, que já esteve reunido com a proteção civil para uma reunião de avaliação da situação,  afastou, de momento, a hipótese de decretar requisição civil uma vez que os serviços mínimos estão a ser cumpridos. “A greve é legitima e foi necessário decretar serviços mínimos, como os que estão a ser cumpridos”, disse.

Onde abastecer em tempos de greve

Nos postos de abastecimento que integram a Rede Estratégica de Postos de Abastecimento (REPA) está garantido o combustível a 100% durante a greve. Dos 374 postos, 54 estarão reservados a veículos prioritários como ambulâncias, carros dos bombeiros ou carrinhas de transporte de valores – o abastecimento à população em geral está limitado a 15 litros de combustível por pessoa, no caso dos veículos ligeiros. Fora dos postos REPA, o abastecimento diário por veículo é de 25 litros.

A lista de postos que integram a rede de emergência pode ser consultada aqui.

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