
As mulheres continuam a ser responsáveis pela maioria das tarefas domésticas. Em média, 91% das europeias afirmam ter a responsabilidade partilhada ou total pelas compras diárias e pela preparação de refeições, por exemplo. E apesar de o caminho para a igualdade de género ser, cada vez mais, uma realidade na Europa, as mulheres referem estar em pior situação financeira do que há cinco anos, segundo um estudo da Nielsen, apontando desigualdades, também, no trabalho.
Para já, e tendo em conta este cenário, as mulheres assumem-se como as grandes compradoras de produtos para o lar. Uma oportunidade, neste caso, para as marcas, que deverão mostrar-se cada vez mais atentas às necessidades e desejos do público feminino, que no próximo domingo, 8 de março de 2020, celebra o Dia Internacional da Mulher. Mas, afinal, de que é que as mulheres europeias estão à procura? “Procuram formas de ter tempo para aquilo que mais valorizam, o que muitas vezes significa reduzir o tempo gasto a completar as suas tarefas diárias”, refere a Nielsen.
Saúde, conveniência e online
Em toda a Europa, 60% das mulheres afirmam que a localização conveniente de uma loja é um fator altamente importante na escolha da loja, em comparação com 52% dos homens. As mulheres procuram ainda “formas de maximizar a eficiência, uma vez que preferem lojas que sejam fáceis de entrar e sair”.
É ainda mais provável que as mulheres europeias procurem compras 'online' isentas de riscos e convenientes. A entrega gratuita de compras na internet atrai 45% das mulheres europeias, em comparação com 35% dos homens, tornando a Europa na região com a maior diferença de género para este tipo de serviço. As mulheres europeias estão também significativamente mais interessadas do que os homens em receber notificações quando um artigo encomendado está esgotado e valorizam a possibilidade de devolução.
Ainda assim, e apesar das pressões financeiras, laborais e de tempo, “as mulheres estão focadas em viver vidas mais saudáveis e melhores, não estando dispostas a comprometer a sua saúde, que é uma prioridade máxima para as mulheres na Europa, América do Norte e Ásia-Pacífico”. Na batalha das marcas, diz a empresa, as que destacam a saúde terão maior sucesso entre este público.
O público feminino está à procura de “rótulos transparentes, de empresas abertas sobre a origem dos seus produtos e a forma como são produzidos”. O que quer dizer que as marcas podem “conquistar corações” ao priorizar ingredientes de qualidade.
Atenção aos estereótipos...
O estudo revela ainda que a disparidade de género continua a ser comum na publicidade moderna, e que “tanto homens como mulheres estão atentos a esta realidade”. “Estereótipos que poderiam ter sido aceitáveis há alguns anos provocam agora alguma indignação, negativa para a marca. Embora as normas culturais variem globalmente, é fundamental que se comunique o importante papel que os homens desempenham na emancipação das mulheres e neste caminho pela igualdade – desde incentivar e defender a inclusão no local de trabalho até à partilha das tarefas domésticas”, lê-se no documento.
As marcas que forem neste sentido, seja através de responsabilidade social, sustentabilidade, saúde ou conveniência, continuarão a ganhar consumidoras. “Este tipo de estratégia depende de uma verdadeira compreensão das necessidades das mulheres e reflete a sua realidade nos ecrãs, nas prateleiras e na loja”, refere ainda.
Mulher com menor capacidade financeira
As mulheres europeias afirmam ainda estar a lidar com algumas pressões financeiras, sendo que mais de metade (52%) dizem ter dinheiro suficiente apenas para alimentação, alojamento e produtos básicos, comparativamente com 43% dos homens. Uma em cada três mulheres (34%) em toda a Europa acredita mesmo que está em pior situação financeira do que há cinco anos, comparando com uma percentagem muito menor nos homens.
Na União Europeia, as mulheres com idades compreendidas entre os 20 e os 34 anos têm quase 9% mais probabilidades de não estar empregadas ou de não receber educação (20,9%) do que os homens jovens da mesma idade (12,2%), segundo a Eurostat, refere ainda a empresa de estudos de mercado.
Embora a Europa Ocidental esteja em primeiro lugar no relatório Global Gender do Fórum Económico Mundial, o relatório estima que a igualdade de género não será uma realidade durante 61 anos na Europa Ocidental e 124 anos na Europa Oriental e na Ásia Central. A Islândia e os países nórdicos estão classificados como os melhores lugares para se ser mulher
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