Os primeiros nómadas digitais já estão instalados na Ponta do Sol, na ilha da Madeira. São cerca de 75, oriundos de vários países, e chegaram ao abrigo do projeto Digital Nomads Madeira, desenvolvido em parceria entre a Startup Madeira e o governo regional, que pretende atrair profissionais do setor empresarial e empreendedores de todo o mundo para trabalharem na região durante um período alargado de tempo. O objetivo é, também, dinamizar a economia local e fazer um “rebranding” da ilha.
Os nómadas digitais constrastam agora com o estereótipo de turistas e reformados ingleses que a região costuma acolher, segundo as declarações de Gonçalo Hall, nómada digital e responsável pelo projeto. “A Madeira ainda é muito associada a pessoas mais velhas. Mas a verdade é que tem tudo o que um nómada digital procura. Tem sol, tem praia, nos fins de semana temos imensas atividades, desde mergulho a trilhos na natureza ou levadas. Não percebo é como é que os nómadas digitais não tinham chegado aqui antes”, refere.
Atualmente, os nómadas digitais instalados na Ponta do Sol já são 75, de países como Alemanha, Polónia e Roménia (por causa das restrições de circulação), mas os interessados já superam os 4.000 e são de todas as partes do mundo. “O trabalho remoto explodiu e isso ajuda a que mais gente venha”, diz Gonçalo Hall. “É o timing perfeito. A Madeira foi muito inteligente”, refere ainda.
Ao todo, e segundo relata o ECO, o projeto já recebeu 4.500 inscrições de nómadas de 90 países que querem trabalhar a partir da madeira. “O número de pessoas que já se registaram equivale, provavelmente, àquilo que era um dia normal de chegadas no aeroporto da Madeira. No entanto, a diferença é que estas pessoas ficam cá, alugam casa, fazem as suas compras, vão aos restaurantes e bares locais”, garante Gonçalo Hall, acrescentando que os “nómadas digitais gastam, de facto, o seu dinheiro” ali. “Gostam de consumir local e querem garantir que o seu dinheiro vai para o comércio local, o que faz com que os empreendedores pequenos ganhem muito mais”, frisa.
A ideia, segundo o responsável, não é ir “contra” o turismo convencional, mas sim criar uma nova forma de fazer turismo, capaz de tirar partido de todo o potencial que a região tem para oferecer.
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