O setor do retalho em Portugal vive um novo impulso, sustentado pelo crescimento das rendas e pelo aumento da procura em diversos formatos comerciais. Após uma queda significativa durante a pandemia, o volume de investimento no setor voltou a subir de forma consistente, ultrapassando 1.100 milhões de euros em 2024, revela o estudo “Realizing Potential in Retail”, da consultora CBRE.
Só no primeiro trimestre de 2025, já foram investidos cerca de 400 milhões de euros, o que antecipa um ano de forte dinamismo. Este crescimento assenta em vários pilares, como o aumento da afluência turística em Lisboa e Porto — onde há mais de três turistas por residente —, e na evolução dos formatos de retalho, com os retail parks a ganhar terreno em relação aos tradicionais centros comerciais.
No entanto, a escassez de espaços comerciais em zonas prime continua a ser um obstáculo, intensificando a competição por locais estratégicos.
Comércio de rua: forte valorização e alta procura
Nos eixos principais do comércio de rua, os aumentos de rendas têm sido notórios. Na Avenida da Liberdade, em Lisboa, o crescimento foi de 25% na última década, enquanto o Chiado registou uma subida de 60%. No Porto, a Rua de Santa Catarina destaca-se com uma valorização impressionante de 183%, impulsionada pelo turismo e pela atividade comercial crescente.
O comércio de rua continua ativo, com uma média anual de 175 novas lojas abertas entre 2021 e 2023, e um recorde de 211 em 2024. Só nos primeiros meses de 2025, já foram registadas 33 inaugurações.
O setor de Food & Beverage domina essas aberturas, representando 73% no Porto e 45% em Lisboa, sinal claro da procura por experiências gastronómicas e de lazer em áreas de grande movimento pedonal.
Carlos Récio, responsável pela área de retalho na CBRE Portugal, destaca, citado em comunicado, que “a combinação da procura de marcas internacionais de prestígio com o impacto positivo do turismo reforça a força do retalho em Portugal, mesmo perante a pressão pela escassez de oferta em locais prime”.
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