
Um dos temas que tem marcado o ano de 2021 é mesmo a crise energética que está instalada na Europa. Os preços da luz e do gás estão a escalar pelos vários países do espaço europeu, numa altura em que o inverno convida a gastar mais energia para aquecer a casa. Mas, afinal, o que está por detrás desta crise? E quais são os países mais afetados?
As condições foram reunidas para que uma crise energética se instalasse, segundo a Bloomberg. E estes são os principais fatores que contribuem para que os preços da energia estejam a aumentar:
- Centrais a carvão estão a ser encerradas para cumprir metas ambientais da Comissão Europeia (CE): em novembro, Portugal encerrou a central do Pego tornando-se o quarto país europeu a eliminar a produção de eletricidade a partir do carvão;
- Volatilidade das energias renováveis: o continente europeu está cada vez mais dependente das fontes de energia limpa, mas a produção e os preços podem mudar consoante a meteorologia. Quando há falta de vento, por exemplo, há menos energia a ser produzida;
- Fornecimento de gás em crise: as reservas na Europa em dezembro são as mais baixas desde que há registo. A China exigiu o abastecimento do país a todo o custo, o que fez os preços do gás natural subir ainda mais. Por outro lado, a certificação do novo gasoduto, que vai assegurar exportações da Rússia para a Europa, está atrasada. E a tensão militar na fronteira entre a Rússia e a Ucrânia também tem travado o processo.

O que é facto é que a Europa continua dependente de combustíveis fósseis para produzir eletricidade. E, a somar a este ponto, está o facto de a eletricidade ser muito difícil de armazenar, pelo que os seus preços acabam por variar consoante os custos dos combustíveis.

Quais as consequências da crise energética?
Este cenário traz outras consequências além do aumento do preço da luz e do gás nas carteiras dos europeus. Note-se que em Portugal as previsões apontam para uma subida no preço da eletricidade no mercado regulado na ordem dos 0,2% já a partir de janeiro de 2022, segundo anunciou a ERSE.
De acordo com a Bloomberg, há países que correm o risco de ficar sem energia. Trata-se daqueles que têm interligações elétricas limitadas com os países vizinhos. Isto porque num cenário de crise, estes países vão ser menos capazes de beneficiar do mercado de energia europeu ficando limitados aos seus próprios recursos.
Por outro lado, o facto de as energias renováveis estarem a revelar a sua volatilidade pode comprometer o objetivo da CE de reduzir as emissões de carbono em 55% até 2030. E tornar esta mudança mais dispendiosa.

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