
O mercado de capitais está a mudar. Os criptoativos chegaram e envolveram por completo o meio financeiro no universo digital. E, hoje, a rapidez, anonimato, segurança e menores custos dos criptoativos têm atraído cada vez mais pessoas a investir, embora estes negócios também apresentem os seus riscos. Para entrar neste meio, o Banco Central Europeu (BCE) está a desenvolver o euro digital, que deverá ser emitido em setembro de 2023. Mas o que é? E como vai funcionar? Explicamos tudo neste artigo.
O que é o euro digital?
“O euro digital, se vier a ser emitido, será a Moeda Digital de Banco Central do Eurosistema, disponibilizada ao público em geral (incluindo particulares e empresas) para utilização nos pagamentos de retalho”, explica o Banco de Portugal (BdP), numa apresentação assinada pelo administrador Hélder Rosalino.
Ao ser emitido, o euro digital será, portanto, a representação digital de um passivo do banco central. E será a terceira de moeda do BCE, que visa complementar as outras duas formas de moeda de banco central existentes:
- Numerário
- Depósitos.
Quais são as motivações para a emissão do euro digital?
Há duas razões que motivaram o banco central a levar o dinheiro para a era digital, refere o documento:
- Vontade de preservar o papel do dinheiro público como âncora dos pagamentos do sistema, de forma a assegurar a convivência harmoniosa, a conversibilidade e a complementaridade das várias formas que o dinheiro assume.
- Melhoria da autonomia estratégica e eficiência que o euro digital pode trazer, oferecendo um meio de pagamento europeu que pode ser usado para realizar qualquer operação monetária.

A quem se dirige o euro digital?
A ideia é que o euro digital fique disponível ao público em geral, incluindo cidadãos e empresas, bem como às instituições de crédito.
No caso do publico geral, o euro digital “é equivalente a uma versão eletrónica de numerário, permitindo realizar pagamentos eletrónicos em moeda de banco central (sem risco)”, explicam na mesma publicação.
Quais são as vantagens do euro digital?
Estas são as características positivas do euro digital, de acordo com a mesma publicação:
- Funcionalidades semelhantes a soluções de pagamento modernas;
- Disponibilizado em toda a área do euro;
- Contributo para a redução da exclusão financeira;
- Necessidade de atender a questões de privacidade;
- Livre de risco e encargos;
- Coexistência com soluções de pagamento privadas.
Quando é que vai ser emitido o euro digital?
Este projeto já está a ser preparado desde, pelo menos, janeiro de 2020. E foi a 14 de julho de 2021, que o Conselho Europeu deu luz verde à fase de investigação do euro digital, que ainda está a decorrer. De acordo com o calendário do projeto, a fase de emissão está prevista para em setembro de 2023.

Quais os desafios da introdução do euro digital?
Durante a investigação do euro digital foram organizados 'focus group', tendo sido conduzidos nos 19 Estados-membros. E, de acordo com os resultados, foram identificados vários desafios:
- Mais informação e clareza sobre as vantagens do euro digital e da sua necessidade, tendo em conta os meios de pagamento que já existem;
- Reduzida vontade ou motivação por parte dos utilizadores finais para adotarem novos métodos de pagamento (existe até maior preferência para reduzir o leque de instrumentos disponíveis);
- A diferença entre moeda de banco central e moeda de banco comercial não é bem entendida – ambas são percecionadas como equivalentes;
- Cidadãos sem acesso (ou raro acesso) a contas bancárias e meios de pagamento eletrónicos são muito dependentes de numerário.
E as oportunidades do euro digital?
Mas também foram identificadas as funcionalidades com maior valor acrescentado do euro digital:
- Aceitação universal;
- Permitir pagamentos imediatos P2P, independentemente de utilizarem a mesma plataforma ou dispositivo de pagamento;
- Uma solução única que permita agregar diferentes métodos de pagamento numa só;
- Fácil de utilizar, seguro, confiável e rápido (com autenticação biométrica);
- Baixo custo.
1 Comentários:
mas que artigo tão fraquinho e mal fundamentado.. sugiro irem estudar o sistema de créditos sociais na China, para ver a maior desvantagem desta solução.. para além do medo das criptos, porque elas não têm rigorosamente nada a ver com os CBDC (medo..)
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