
Em maio de 2023, as exportações e as importações diminuíram 6,9% e 4,1%, respetivamente, face ao mesmo mês do ano passado, destacando-se as quebras nas exportações de fornecimentos industriais e nas importações de combustíveis. "Em maio de 2023, as exportações e as importações de bens registaram variações homólogas nominais de -6,9% e -4,1%, respetivamente (-3,3% e -6,0%, pela mesma ordem, em abril de 2023)”, refere o Instituto Nacional de Estatística (INE) nas “Estatísticas do Comércio Internacional”, divulgadas esta segunda-feira (10 de julho de 2023).
Este é o segundo mês consecutivo de quebra nas transações de bens de Portugal com os mercados externos, que já não recuavam desde os primeiros meses de 2021.
Excluindo combustíveis e lubrificantes, em maio observou-se uma diminuição de 4,4% nas exportações e um aumento de 3,8% nas importações (-1,4% e +1,1%, respetivamente, em abril de 2023).
Em maio de 2023, o défice da balança comercial atingiu 2.526 milhões de euros, o que representa agravamentos de 109 milhões de euros face ao mesmo mês de 2022 e de 332 milhões de euros face ao mês anterior.
Excluindo combustíveis e lubrificantes, o saldo da balança comercial totalizou -1.954 milhões de euros, resultando em aumentos do défice de 610 milhões de euros face a maio de 2022 e de 226 milhões de euros comparando com o mês anterior.
Segundo o INE, em maio são de salientar os decréscimos nas exportações de fornecimentos industriais (-25,1%), sobretudo produtos químicos para os EUA, “correspondentes, em grande parte, a transações após trabalho por encomenda (sem transferência de propriedade), que no mês homólogo do ano anterior, registaram um valor muito elevado”.
De referir ainda a diminuição de 32,6% nas exportações de combustíveis e lubrificantes.
Em sentido contrário, salientam-se os aumentos nas exportações de material de transporte (+23,5%), nomeadamente para França e Espanha, e de máquinas e outros bens de capital (+16,9%).

Já nas importações, o instituto estatístico enfatiza o decréscimo de combustíveis e lubrificantes (-41,3%), refletindo a descida do preço destes produtos nos mercados internacionais, mas também um efeito de base, dado que em maio de 2022 tinha ocorrido a introdução no mercado de gás natural previamente sujeito ao regime de entreposto aduaneiro, com vista ao encerramento do entreposto de Sines, que fez aumentar “de forma significativa” as importações deste produto.
Nas compras ao exterior, destacam-se também o decréscimo de fornecimentos industriais (-10,1%) e o acréscimo de material de transporte (+21,2%), principalmente automóveis para transporte de passageiros de Espanha.
Menos importações e exportações para os EUA
Em maio de 2023, e tendo em conta os principais países parceiros em 2022, o INE aponta as diminuições das exportações e das importações para os EUA (-55,8% e -51,1%, respetivamente), sobretudo de fornecimentos Industriais nas exportações e de combustíveis e lubrificantes nas importações.
Nas importações, destaca ainda as diminuições da Nigéria (-53,3%), essencialmente combustíveis e lubrificantes e do Brasil (-32,4%).
Quanto aos índices de valor unitário (preços), em maio registaram variações de -2,3% nas exportações e -6,5% nas importações (+0,7% e -5,0%, respetivamente, em abril de 2023; em maio de 2022 as variações tinham sido +18,2% e +24,8%). Excluindo os produtos petrolíferos, registaram-se variações de +2,3% nas exportações e -2,6% nas importações (+3,2% e -1,6%, respetivamente, em abril de 2023; em maio de 2022 as variações tinham sido +13,6% e +16,3%).
Relativamente ao mês anterior, as exportações e as importações aumentaram 15,9% e 15,7%, respetivamente (-23,4% e -17,6% em abril de 2023, pela mesma ordem), sendo de notar que maio de 2023 teve mais quatro dias úteis que o mês anterior.
Já considerando o trimestre terminado em maio de 2023, as exportações aumentaram 2,5% e as importações diminuíram 0,3%, em relação ao mesmo período de 2022 (+7,6% e +3,4%, pela mesma ordem, no trimestre terminado em abril de 2023).
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