
A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou na segunda-feira, dia 11 de julho, uma moção do PEV para que o Governo disponibilize, “com urgência”, toda a informação sobre as alterações ao sistema de mobilidade e acessibilidades durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
Em reunião plenária, a maioria dos pontos da moção foi aprovada com os votos contra de PS e Chega, e os votos a favor de BE, Livre, PEV, PCP, dois deputados independentes do Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), PSD, IL, PAN, MPT, PPM, Aliança e CDS-PP.
Na apresentação da moção, a deputada do PEV Cláudia Madeira disse que a ausência de informação do Governo sobre o plano de mobilidade para a JMJ, que decorre de 01 a 06 de agosto, em Lisboa, é motivo de “preocupação e ansiedade”, considerando que a disponibilização do documento a cerca de duas semanas do evento dificulta a introdução de melhorias se necessário.
Na moção aprovada, a assembleia pede ao Governo que “tome as diligências necessárias com vista ao envolvimento da Câmara Municipal de Lisboa e das várias operadoras de transporte na preparação do plano de transportes e mobilidade para a JMJ”, que disponibilize, “com urgência”, o acesso a toda a informação sobre as alterações ao sistema de mobilidade e acessibilidades durante a JMJ e sobre a articulação das respostas que vão ser dadas ao nível dos transportes com as matérias ambientais.
Os deputados municipais querem ainda que o Governo garanta a capacidade máxima de resposta dos transportes públicos, de modo a evitar a sobrecarga da cidade com automóveis particulares, e que assegure o uso do transporte ferroviário, tendo em conta a localização de estações próximas do local do evento e os benefícios ambientais, uma vez que “é uma alternativa à entrada, circulação e estacionamento de um número muito significativo de camionetas”.

Lisboa quer monitorizar impacto ambiental da JMJ
Com a abstenção de MPT e CDS-PP, os votos contra de PS e Chega e os votos a favor dos restantes grupos municipais, a assembleia solicitou ao Governo que “diligencie no sentido de ser realizado um sistema de medição e monitorização da emissão de gases com efeito de estufa para o período concreto de realização da JMJ, de forma a que se consiga conhecer o impacto que teve a esse nível”.
Nuno Pardal, do Chega, justificou o voto contra a moção do PEV por considerar que surge “fora de tempo”. O PS não se pronunciou sobre a proposta, nem fez qualquer intervenção sobre a JMJ.
O deputado do CDS-PP Carlos Ardisson, que é também presidente da Junta de Freguesia do Parque das Nações, manifestou-se a favor da moção do PEV e afirmou que faltam 20 dias para a JMJ e continua “sem saber nada” sobre o plano de mobilidade do Governo, porque “ninguém o abordou para nada”, pedindo que o documento que será apresentado “seja claro e compreensível”.
Miguel Ferreira da Silva, deputado da Iniciativa Liberal (IL), defendeu que é “indispensável” que a Câmara de Lisboa avance com o plano de mobilidade “sem esperar mais” pelo Governo, porque “os lisboetas precisam de informação imediata”. “Que este executivo faça rapidamente aquilo que o Governo não está a fazer”, apontou o liberal.
Do MPT, José Inácio Faria questionou onde anda o coordenador do grupo de projeto para a JMJ, José Sá Fernandes, lembrando que na altura das polémicas com o investimento da Câmara de Lisboa nos palcos para o evento surgiu a apresentar “soluções ‘low-cost’”, criticando a “impreparação” por parte do Governo.
Considerada o maior acontecimento da Igreja Católica, a JMJ vai realizar-se este ano em Lisboa, entre 01 e 06 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas.
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