O Banco Central Europeu (BCE) continua firme na sua luta para descer a inflação na Zona Euro rumo ao objetivo dos 2%. Esta quinta-feira, dia 27 de julho, o regulador europeu lidado por Christine Lagarde decidiu voltar a subir as taxas de juros diretoras em 25 pontos base, elevando a principal taxa de refinanciamento para os 4,25%, o nível mais elevado desde julho de 2008. A taxa dos depósitos fixou-se em 3,75%, o máximo registado dos últimos 22 anos.
Um ano depois de iniciar o ciclo do aumento de juros mais rápido da história, a subida das taxas ainda não viu o seu fim. Uma vez mais, o BCE voltou a subir as taxas de juro diretoras em 25 pontos base, tal como havia avisado Christine Lagarde no final de junho. E considerando esta nova subida dos juros, as três taxas de juro diretoras passam a ser as seguintes a partir de 2 de agosto de 2023, segundo revela o comunidado esta quinta-feira divulgado:
- Taxa de juro das principais operações de refinanciamento passa de 4,00% para 4,25%, valor mais elevado desde julho de 2008;
- Taxa aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez passa de 4,25% para 4,50%, igualando o patamar alcançado em dezembro de 2006;
- Taxa aplicada à facilidade permanente de depósitos passa de 3,50% para 3,75%, o valor máximo registado desde outubro de 2000.
Inflação está a descer, mas espera-se que "permaneça demasiado elevada durante demasiado tempo"
O BCE continua, assim, empenhado em baixar a inflação na Zona Euro, que já está a desacelerar. No entender do Conselho do BCE, “a inflação tem vindo a descer, mas ainda se espera que permaneça demasiado elevada durante demasiado tempo".
Em junho, a taxa de inflação fixou-se em 5,5% em termos homólogos (um valor inferior aos 6,1% registados em maio). Já a inflação subjacente registou uma taxa de 5,5%, em comparação com 5,3% em maio. Isto quer dizer que a inflação continua a bem acima do objetivo de 2%, patamar em que é assegurada a estabilidade dos preços.
"A evolução desde a última reunião apoia a expectativa de que a inflação descerá mais no resto do ano, mas permanecerá acima do objetivo por um período prolongado. Apesar de algumas medidas revelarem sinais de abrandamento, a inflação subjacente continua a ser, em geral, elevada", revelam ainda no documento.
E notam ainda que "os anteriores aumentos das taxas de juro estão a ser transmitidos de forma vigorosa: as condições de financiamento tornaram‑se novamente mais restritivas e estão a refrear cada vez mais a procura, o que constitui um importante fator para fazer a inflação regressar ao objetivo", de 2% no médio prazo, avançam.
Sobre o futuro, o Conselho do BCE vai assegurar que "as taxas de juro diretoras do BCE sejam fixadas em níveis suficientemente restritivos, durante o tempo que for necessário para lograr um retorno atempado da inflação ao objetivo de médio prazo de 2%". Mas não adianta, para já, qual será o aumento da próxima reunião agendada para setembro, explicando apenas que as decisões do BCE sobre os juros vão continuar a ser baseadas na avaliação das perspetivas da inflação, da inflação subjacente e da "força da transmissão da política monetária".
As próximas reuniões do BCE
O Conselho do BCE reúne-se aproximadamente de seis em seis semanas. Este é o calendário das próximas reuniões do guardião do euro em que vai anunciar a evolução das taxas de juro diretoras e os próximo capítulos da sua política monetária:
- 14 de setembro de 2023
- 26 de outubro de 2023
- 14 de dezembro de 2023
- 25 de janeiro de 2024
- 7 de março de 2024
- 11 de abril de 2024
- 6 de junho de 2024
- 18 de julho de 2024
- 12 de setembro de 2024
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