
Luís Montenegro foi esta quarta-feira, 29 de maio de 2025, indigitado primeiro-ministro pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, após uma nova ronda de audições aos partidos com assento parlamentar. A nomeação do líder da Aliança Democrática (AD) — coligação que venceu as legislativas de 18 de maio sem maioria absoluta — antecede a formação do XXV Governo Constitucional, que tomará posse apenas depois da publicação oficial dos resultados eleitorais e da constituição da nova Assembleia da República.
Na nota divulgada no site da Presidência, Marcelo refere ter assegurado a “viabilização parlamentar do novo Executivo”, sublinhando que a decisão surge “ouvidos os Partidos Políticos” e “atentos os resultados das eleições”. A audiência com Luís Montenegro decorreu a sós, num encontro de cerca de uma hora, em Belém.
À saída, o líder social-democrata reafirmou a intenção de governar sem acordos formais com outras forças políticas. “Não vamos celebrar nenhum acordo permanente de governação nem de incidência parlamentar com nenhuma força política”, afirmou. Em vez disso, promete dialogar “com todos” e procurar consensos “para responder às necessidades das portuguesas e dos portugueses”.
Confrontado com a questão de um possível parceiro preferencial, Montenegro foi taxativo. “O nosso parceiro são os portugueses (…) “Não excluímos ninguém nesse trabalho”, disse.
A AD, recorde-se, conquistou 91 deputados, ficando a sete da maioria absoluta, mas com uma distância considerável em relação às bancadas do PS e do Chega. “Temos mais 31 deputados do que a segunda força política e mais 33 do que a terceira”, salientou, classificando a representação da coligação como “uma maioria robusta”.

Prioridade à governação, não à revisão constitucional
Em declarações posteriores, já durante uma intervenção perante o Conselho Nacional do PSD, Montenegro afastou o tema da revisão constitucional do horizonte imediato. “Esse assunto está arrumado até haver uma altura considerada adequada”, disse, reafirmando que esta não é uma prioridade para o novo Executivo. Apesar de reconhecer o interesse pessoal no tema e os contributos já dados pelo partido em iniciativas anteriores, o líder da AD considerou que “há tempo para tudo” e que agora é tempo de “pôr mãos à obra”.
Entre as prioridades da futura governação, Montenegro apontou a necessidade de combater a burocracia e modernizar a administração pública como “trave-mestra” do seu mandato. “Vamos começar a resolver problemas e satisfazer as expectativas criadas na campanha eleitoral”, sublinhou, garantindo que dará orientações claras aos ministros nesse sentido.
O primeiro-ministro indigitado destacou ainda as principais linhas de ação para os próximos meses: crescimento económico, melhoria dos rendimentos, investimento no setor da habitação, reforço do Serviço Nacional de Saúde, combate à insegurança e uma política fiscal que favoreça a retenção de talento jovem em Portugal. “Estamos absolutamente focados em dar resposta às principais preocupações das portuguesas e dos portugueses”, assegurou.
Apesar de ainda não ter iniciado conversações com os partidos da oposição, Montenegro garantiu estar disponível para o diálogo político. “A democracia é isso: o diálogo, a tolerância e o sentido de responsabilidade. Eu conto com o sentido de responsabilidade de todos”, concluiu.
*Com Lusa
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