A empresária angolana Isabel dos Santos está em conversações com o empresário português Américo Amorim para comprar 25% do Banco BIC. O negócio, caso aconteça, vai permitir ao grupo angolano passar a controlar metade do capital do BIC e deverá abrir caminho a futuros movimentos de concentração no sector bancário em Portugal e Angola.
As conversações estarão no bom caminho e será provável um acordo no curto prazo, escreve o Diário Económico, citando fontes próximas do processo. Isabel dos Santos tornar-se-á assim a maior accionista do banco, com a equipa de gestão liderada por Fernando Teles e outros investidores a deterem os outros 50% do capital. Na banca portuguesa, Isabel dos Santos é também accionista de referência do BPI, com 20%, do capital.
O eventual fim da convivência entre Américo Amorim e Isabel dos Santos no BIC constituirá mais uma etapa do 'divórcio' nos negócios entre os dois empresários. Em 2010, puseram fim à parceria na Cimangola, enquanto na Amorim Energia ('joint venture' na Galp) a relação tem sido tensa.
No BIC, Isabel dos Santos e Américo Amorim permanecem os principais accionistas do banco, tanto em Portugal como em Angola, com 25% cada. Seguem-se o presidente do conselho de administração, Fernando Teles, com 20%, a Ruasgest (10%), Luís Santos (5%), Manuel Pinheiro Fernandes (5%) e Sebastião Lavrador (5%).
Embora sejam entidades distintas e com diferentes equipas de gestão, o BIC Português (liderado por Luís Mira Amaral) e o BIC Angola têm estruturas accionistas idênticas. Desde a sua fundação, em 2005, o grupo nunca escondeu a ambição de crescer nos mercados onde actua, se necessário por aquisições. Em Portugal, onde iniciou actividade em 2008, o BIC comprou o nacionalizado BPN, enquanto em Angola e noutros países africanos procura também crescer por via não-orgânica.
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