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Trocado por miúdos: cinco regras a teres em conta antes de investires
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Artigo escrito por joao.raposo@reorganiza.pt, partner da Reorganiza, para o idealista/news, no âmbito da rubrica “Trocado por Miúdos”.

Nos tempos que correm a palavra de ordem parece ser consumo. Aliás, vivemos uma época do ano em que parece ser uma obrigatoriedade gastar dinheiro. Se quiseres substituir o consumo por investimento, sabes por onde começar? Aqui ficam cinco regras essenciais que deves considerar antes de aplicares o teu dinheiro em qualquer investimento.

  1. Tem uma conta de emergência
    Uma conta de emergência é um dinheiro que deves ter colocado de parte para alguma eventualidade que desequilibre o teu orçamento. Regra geral o ideal para a conta de emergência deve ser um valor igual a três a seis meses do valor das tuas despesas mensais. Se não tiveres uma conta de emergência não penses em aplicar o teu dinheiro em investimentos. Não faz sentido investires com o dinheiro que te faz falta. 
     
  2. Investe naquilo que conheces
    É uma verdade muito óbvia mas é recorrentemente ignorada pelos investidores. Não faz sentido aplicar o dinheiro em algo que não dominas. São vários os portugueses que viram os seus investimentos reduzidos a zero porque simplesmente tinham um “feeling” que aquilo que estava a dar era o ouro, ou o milho, ou o petróleo, ou outros exemplos possíveis. Se não sabes quanto vale uma onça como podes pensar em investir em ouro?
     
  3. Evita as modas e as euforias
    Não é possível que todos ganhem no mercado de valores mobiliários. Para poderes comprar é porque alguém está a querer vender e se esse alguém está a vender também terá os seus motivos. Por isso, é melhor ter muita cautela quando há grandes euforias por determinados investimentos. Normalmente quando todos sabem que alguma coisa é rentável é porque já estão a chegar tarde. É preferível procurares estudar e pedir aconselhamento a especialistas nas áreas dos investimentos. Se investes quando já todos estão “em jogo” com muita probabilidade sairás como perdedor.
     
  4. Define o horizonte temporal dos investimentos
    O tempo é um elemento crucial para a decisão de onde colocar os teus investimentos. Se o horizonte é de um ano não deves correr demasiados riscos. Se o horizonte é de 20, 25, 30 anos podes aplicar com mais tranquilidade em produtos de risco mais elevado. Historicamente o prazo faz com que os produtos com maior risco possam vir a apresentar rentabilidades mais interessantes. Se investires todo o teu dinheiro em depósitos a prazo (dp), quando fores resgatar esse montante daqui por 20 anos irás ficar surpreendido por perceber que provavelmente o valor no final do dp é quase igual ao que investiste no início. Além disso, se tiveres em conta a inflação muito provavelmente o dinheiro até vale menos. Se o investimento for em Fundos de Investimento, cuja diversificação ajuda a mitigar o risco, a probabilidade de recolheres maiores ganhos é substancialmente superior. 
     
  5. Conhece o teu perfil de investidor
    Tipicamente podes encontrar três perfis de investidor: conservador, moderado ou agressivo. O investidor conservador é aquele que prefere a tranquilidade à rentabilidade. Investe apenas em produtos de capital garantido e não tolera qualquer diminuição do capital investido. O moderado já aceita assumir risco em troca de retorno. Reage bem a ligeiras alterações do valor da carteira, no entanto limita o risco com estratégias de diversificação. Isto é, recorre à célebre expressão popular de não pôr os ovos todos no mesmo cesto. Sabe que se um deles quebrar tem sempre outros para recolher proveitos. Finalmente temos o investidor agressivo. Este tipo de investidor pode ter uma carteira com grande exposição a produtos como ações e produtos de maior complexidade. É alguém que aceita um elevado nível de risco para obter elevados retornos. Para tal, convém que tenha bons conhecimentos dos mercados e acesso a informação. Claro que ao longo da vida podes variar de perfil de investidor. Até é positivo que o faças com o passar dos anos.

Há pessoas que ganham muito dinheiro com os investimentos, mas também há muitas que perdem. Para tudo é essencial que procures informação junto de quem está nestas áreas há mais tempo, mas não podes esperar que sejam os outros a decidir por ti. É uma decisão pessoal e não te esqueças da regra de ouro: rentabilidades do passado não são garantia de rentabilidades futuras!

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