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Há um novo escândalo internacional de poderosos apanhados com dinheiro em paraísos fiscais. E, mais uma vez, há portugueses "metidos ao barulho". Micael Gulbenkian, sobrinho-neto do fundador da Fundação Gulbenkian, Pedro Morais Leitão, administrador da Oi, Joaquim Marques dos Santos, ex-presidente do Banif, são três dos 28 nomes de portugueses que constam do Bahama Leaks.

O novo pacote de documentos divulgado pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ), do qual fazem parte o Expresso e a TVI, envolve 1,3 milhões de ficheiros, relativos a 176 mil empresas e incluem os nomes de 25 mil administradores e funcionários nomeados por essas empresas ao longo dos anos.

A fuga de informação, segundo conta o Expresso, diz respeito a todas as companhias registadas nas Baamas entre 1990 e 2016 e foi obtida pelo jornal alemão Süddeutsche Zeitung, que a partilhou com o ICIJ. Na longa lista foram identificados 28 portugueses, que surgem como administradores de 38 empresas incorporadas nas Baamas, com registos entre 2003 e 2015.

Quem foi apanhado?

Micael Gulbenkian, empresário na indústria de petróleo e sobrinho-neto do fundador da Fundação Calouste Gulbenkian, surge relacionado com a quatro offshores de que foi administrador entre 2002 e 2006 e que pertencem à Heritage Oil & Gas, uma companhia de exploração de petróleo e gás especializada em zonas de conflito controlada por Anthony Buckingham. Contactado pelo Expresso, o gestor disse não haver “nenhum mistério” sobre este assunto, e que ele havia saído do grupo Heritage Oil & Gas “por não concordar com algumas coisas que por lá se passavam”.

O nome de Joaquim Marques dos Santos, que presidiu o Banif entre 2010 e 2012, e o nome do seu presidente executivo nesse mesmo período, Carlos Duarte de Almeida aparecem como administradores da Banif Forfating Company, uma offshore que chegou a ser mencionada nos registos oficiais do banco como uma empresa que fornecia “apoio adicional às operações de trade finance do grupo no continente americano.

Já Pedro Morais Leitão, actual administrador da empresa de telecomunicações brasileira Oi, e que foi presidente da ONI em Portugal, aparece referenciado como administrador de uma empresa chamada Mare Nostrum, juntamente com um antigo administrador do Metropolitano de Lisboa, José Maria Franco O’Neill, e com um ex-administrador do grupo Cofina, Carlos Barbosa da Cruz: os documentos não revelam qual é a actividade ou o objectivo desta empresa. Sabe-se, apenas, que a Mare Nostrum foi incorporada nas Baamas a 28 de Novembro de 2012.

O registo mais recente que envolve nomes portugueses é de setembro de 2015, altura em que foi incorporada a empresa Libertagia Mondial, cujo nome aparece amplamente associado a um esquema de burla, com base em contratos de afiliação em campanhas de marketing desenvolvida na internet. 

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