As taxas de rentabilidade (yields) exigidas pelos investidores no mercado imobiliário nacional atingiram no segundo trimestre do ano mínimos históricos em quase todos os setores, o que originou uma subida média do valor dos ativos imobiliários prime de cerca de 30%.
Segundo a consultora imobiliária Cushman & Wakefield (C&W), na sua mais recente edição dos Snapshots Portugal – publicados trimestralmente –, o comércio de rua em Lisboa “mantém-se como o ativo estrela”, tendo a yield mais baixa: 5,25% nas zonas do Chiado e Avenida da Liberdade.
“Seguem-se os escritórios no prime CBD de Lisboa cuja yield em junho de 2015 se encontrava nos 5,75%. Também o setor industrial, tradicionalmente menos procurado pelos investidores, verificou ao longo dos últimos 12 meses importantes correções nas yields, fruto de um aumento da procura de investimento, atingindo no primeiro semestre do ano um mínimo histórico em Lisboa e no Porto, respetivamente nos 7% e 7,50%”, refere, em comunicado, a C&W.
No segmento escritórios, “a absorção total no primeiro semestre foi de aproximadamente 50.000 m2”, mais 25% que no período homólogo. Segundo a consultora, “o setor de escritórios continua a ser de grande interesse para investidores internacionais”, sobretudo os ativos prime. “No segundo trimestre registaram-se transações num total de 52 milhões de euros”, bem mais que os 40 milhões verificados nos três primeiros meses do ano.
Já o setor de retalho/comércio “registou ao longo da primeira metade do ano, e de forma mais evidente no segundo trimestre, uma grande procura para lojas de rua em localizações prime, bem como em centros comerciais regionais”. “Esta procura tem origem tanto em retalhistas locais como internacionais”, revela a C&W.
A consultora conclui que as rendas de comércio de rua em Lisboa situam-se atualmente nos 87,5 euros por mês por m2 na Avenida da Liberdade, nos 60 euros por mês por m2 na Baixa e nos 97,5 euros por mês por m2 no Chiado. Já as rendas dos centros comerciais subiram para os 75 euros por mês por m2 nos espaços mais procurados na Grande Lisboa.
“No primeiro semestre foram transacionados um total de 610 milhões de euros em ativos de retalho, representando um crescimento massivo face a igual período do ano anterior no qual não se atingiram os 100 milhões de euros. A procura teve a sua origem maioritariamente em capitais internacionais, tanto institucionais como privados e institucionais”, lê-se no comunicado.
Para Marta Esteves Costa, associate e diretora ibérica de research & consultoria da C&W, “as perspetivas para o fecho do ano são positivas de forma transversal para todos os setores do imobiliário”. “É previsível um aumento da procura tanto em termos de ocupação como de investimento, fruto da recuperação da economia e do forte interesse que os ativos imobiliários em Portugal têm registado junto de investidores internacionais institucionais e privados. Até o fecho do ano são esperadas novas correções em alta das rendas de mercado e novos ajustamentos em baixa das yields, com um efeito duplo de valorização dos ativos imobiliários”, disse.
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