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Imobiliário comercial: no primeiro semestre foi investido o mesmo que nos últimos dez anos

Muito se tem dito e escrito, nos últimos tempos, sobre o dinamismo do investimento no imobiliário em Portugal, sobretudo no mercado de retail. Os números não deixam agora margem para dúvidas de que isto é mesmo verdade e não são apenas especulações ou opiniões mais ou menos fundamentadas.

Nos primeiros seis meses deste ano registaram-se 950 milhões de euros de operações de investimento em imobiliário comercial em Portugal, um volume que corresponde a 13% dos 7.454 milhões de euros transacionados no nosso país nos últimos 10 anos. Os dados são avançados pela JLL no seu mais recente Market Pulse, um relatório trimestral que analisa a performance do mercado imobiliário português. 

Com base nestes dados, Pedro Lancastre, diretor geral da consultora em Portugal, perspetiva "um ano recorde para o investimento em imóveis comerciais em Portugal".

O responsável salienta que "os dados do mercado dão conta disso mesmo: o volume investido no primeiro semestre já superou o valor total do ano passado e foi sete vezes superior ao período homólogo. Por isso, e apesar de limitado pelo volume de oferta face à atual procura, é de prever que o mercado possa transacionar este ano um valor entre 1.500 e 2.000 milhões de euros".

Estrangeiros comem a "fatia de leão" no imobiliário comercial

O interesse dos investidores em ativos imobiliários nacionais retomou no fim de 2013, mas foi somente a partir da segunda metade de 2014 que se verificou o verdadeiro impacto deste dinamismo no volume transacionado, segundo evidencia o relatório.

Os investidores internacionais são os grandes responsáveis por este salto, dominando as transações: 77% do total investido, com o retalho a pesar mais e a representar 70% do total.

Escritórios controlados pelos portugueses

Já nos escritórios, os investidores nacionais lideram, representando 79% do total investido, um setor que pesa 14% no total de investimento do 1º semestre, com 5 edifícios de referência transacionados. 

Por outro lado, a taxa de disponibilidade recuou de 12,1% para 11,7%, uma descida que a JLL explica também com a reduzida promoção de novos edifícios de escritórios especulativos. No 1º semestre não foi concluído nenhum edifício de escritórios e os dois que deverão ficar terminados este ano serão ocupados pelos proprietários, nomeadamente a nova sede da EDP e o edifício Castilho 24, que será integralmente ocupado pelo Banco de Portugal.

Rendas prime continuam estáveis

No primeiro semestre, as rendas prime mantiveram-se estáveis nos 18,25 euros/m²/mês, e deverão subir tendo em conta o dinamismo da procura e a baixa disponibilidade de escritórios de qualidade em localizações prime.

As rendas prime do comércio de rua em Lisboa registam uma tendência de subida, a bater nos 110 euros/m²/mês no Chiado no final deste período. Já no Porto, situam-se nos 40 euros/m²/mês, tendo também subido recentemente.

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