O conhecido edifício do Ex-Colégio Almeida Garrett, no Porto, vai ser transformado num empreendimento de habitação e em estúdios destinados a jovens e a estudantes. O imóvel foi vendido, há cerca de um ano, pela Universidade do Porto (UP) à Real Douro – Promoção e Gestão Imobiliária, por 6,1 milhões de euros – empresa que pertence ao grupo Ferreira Build Power - sendo que o projeto de renovação do edifício vai ser levado a cabo pelo grupo.
O idealista/news sabe que esta solução agrada à Câmara do Porto, tendo já recebido uma informação favorável da autarquia. A solução encontrada pelo grupo Ferreira coloca também um ponto final na polémica que rodeou a venda do imóvel pela UP.
Na altura, a venda do edifício não agradou aos partidos da Oposição na Câmara do Porto, que alertavam para o facto de que este imóvel - que constitui um património público muito importante para a cidade – acabaria por ser transformado em mais um hotel de luxo, pressionando a autarquia a adquirí-lo.
Projeto com 50 apartamentos e vinte estúdios
O imóvel encontra-se inserido num terreno com uma área total de 8.520 metros quadrados (m2) – o equivalente a oito campos de futebol.
E Rui D’ Ávila, administrador do grupo Ferreira, tornou público recentemente que o edifício vai ser transformado num projeto de habitação de qualidade, “constituído por 50 apartamentos – de tipologias T2 a T4 – e num conjunto de 20 pequenos estúdios”, destacando a importância de este projeto representar “o regresso da habitação ao centro da cidade”.
Ao idealista/news, o gestor acrescenta que “o projeto está em apreciação na CMP, aguardando-se aprovação nos próximos dias. Será para iniciar o investimento durante o primeiro trimestre de 2019”, escusando-se para já a adiantar o montante de investimento na promoção do projeto que está ainda em fase de análise.
O grupo Ferreira, liderado pelo empresário Gaspar Ferreira, que atua sobretudo na área da engenharia e da construção, tem na Ferreira Build Power o principal braço do negócio.
Neste momento, as empresas do grupo têm em fase de desenvolvimento vários projetos no país, destacando-se, na Avenida do Aliados, a renovação do edifício AXA, numa unidade hoteleira de cinco estrelas da cadeia Eurostars, e a transformação do Palácio dos Correios, num empreendimento de escritórios e comércio. Uma notícia que o idealista/news deu em primeira mão.
Um edifício ‘querido’ dos portuenses
O edifício do antigo colégio Almeida Garrett, localizado no centro histórico do Porto, com entrada pela Praça Coronel Pacheco, teve já várias utilizações, o que faz com que haja muitos portuenses (e não só), que tenham grandes ligações emocionais a este imóvel.
Nas últimas décadas recebeu diversas valências da Faculdade de Engenharia da UP – antes da sua mudança para o Campus da Asprela - e, mais recentemente, as atividades da Academia Contemporânea do Espetáculo (ACE) e do Teatro Universitário do Porto (TUP).
No final 2015, a Câmara do Porto anunciou a recuperação e ampliação do edifício para a instalação do Centro de Competências de Envelhecimento Ativo e Saúde do Norte, a partir dos fundos comunitários destinados ao Plano de Ação de Regeneração Urbana (PARU). Um projeto que acabou por não se concretizar.
Concurso tinha preço base de 4,7 milhões
A Universidade do Porto acabou por avançar com o anúncio de um concurso público, publicado em 29 de junho de 2017 no Diário da República, onde se referia que a "alienação ou concessão do direito de superfície do prédio designado ex-colégio Almeida Garrett" tinha como preço base 4,768 milhões de euros.
Segundo a Lusa, na altura, a UP definiu como critérios de adjudicação "a proposta economicamente mais vantajosa ou o preço mais elevado, em caso de venda”.
A Universidade justificou a venda pela necessidade de reinvestir na reabilitação das suas faculdades, residências e estruturas corporativas.
Anteriormente, a UP já tinha vendido aos grupos Habitat Invest e Ferreira o edifício da antiga Faculdade de Farmácia, em Cedofeita e onde, atualmente está a ser promovido o edifício Pharmacia pelo empresário Tiago Violas Ferreira, que, posteriormente, comprou o imóvel, tal como avançou o idealista/news.
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