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A Nexity está de regresso a Portugal e vai construir habitação para classe média em Leça da Palmeira
Nexity Portugal

O promotor imobiliário francês Nexity está de novo a investir em Portugal e, desta vez também no grande Porto, em habitação de gama média e escritórios, junto à Exponor, Leça da Palmeira. A Nexity Portugal, que reiniciou atividade há cerca de um ano no país  (tinha saído no final de 2008), comprou oito dos nove lotes que a consultora Predibisa estava a vender, numa área total de construção acima do solo de 60.000 metros quadrados (m2).

O conjunto de lotes – inseridos no projeto urbanístico Nova Facar, já aprovado pela autarquia de Matosinhos –, preveem a construção de cinco edifícios de habitação, que no total rondam as cerca de 500 frações, a desenvolver em várias fases, e três edifícios para escritórios e serviços. A aquisição dos lotes e a construção dos projetos tem um investimento total previsto de cerca de 100 milhões de euros.

Ao idealista/news, João Leite Castro, partner e diretor da Predibisa, confirmou a aquisição, ao banco Millennium bcp, do conjunto de lotes por parte da Nexity Portugal, que é liderada por Fernando Vasco Costa.

Projeto de habitação gama média vai avançar  

De acordo com João Leite Castro, o objetivo imediato da Nexity é avançar com a construção de uma das torres de habitação, destinada a um segmento médio de clientes, respondendo assim à forte procura que se faz sentir neste tipo de oferta na região.

Este projeto vai ocupar o lote 15 (identificado na imagem) com uma área de construção de 12.370 m2 – fica localizado em frente ao supermercado Pingo Doce, a funcionar há vários anos –, e tem prevista a construção de algumas dezenas de apartamentos num edifício em torre, conforme o loteamento aprovado. 

João Leite de Castro adianta que a Nexity está a preparar o projeto, mas o objetivo é “construir habitação de qualidade para classe média”, tendo previsto arrancar já no início de 2020.

O lote 1, localizado ao lado do supermercado, será outra das torres de habitação, embora, neste caso, o promotor “ainda não tenha definido as características”, refere o responsável da Predibisa.

Sociedade Marec compra lote para hotel

Um dos lotes, do conjunto dos nove lotes da Nova Facar vendidos agora, foi comprado pela Sociedade Marec – Atividades Hoteleiras S.A, de Manuel Martino, empresário que é dono dos imóveis que são geridos pela cadeia Tourel no Porto, e destina-se à construção de uma unidade hoteleira vocacionada sobretudo para o segmento de negócios. Trata-se do lote 2, com uma área de construção de 5.800 m2.

De acordo com João Leite Castro, o promotor está a “desenvolver a operação”, não havendo ainda informações sobre o número de quartos, nem outras características do empreendimento.

Nos lotes comprados pela Nexity, três deles destinam-se a escritórios, tendo prevista uma componente de comércio no rés do chão. A proximidade da Exponor – que tem prevista a remodelação e transformação num centro de exposições moderno – justifica a aposta em novas áreas de escritórios e serviços. 

Contudo, neste momento, o foco do promotor francês passa em primeiro lugar pela habitação, privilegiando claramente o segmento médio.

Edifício de escritórios Amoreiras Plaza promovido pela Nexity

A principal operação da Nexity em Lisboa – onde chegou em 2000 – foi o desenvolvimento do edifício de escritórios Amoreiras Plaza, concluído em 2004 e vendido no ano seguinte.

Neste momento, o grande Porto é também uma forte aposta do promotor francês em Portugal, que está a desenvolver outros projetos na capital.

Facar tentou salvar a fábrica com a venda de lotes 

Fundada por António de Carvalho, em 1922, a Facar – Fábrica Nacional de Tubos Metálicos de Leça da Palmeira, começou, nos anos 80, a encerrar, gradualmente, as suas instalações. Para este encerramento contribuiu, após 1974, a criação de uma comissão de trabalhadores, que alterou as linhas orientadoras da sua gestão, de acordo com as notícias publicadas pela imprensa.

Na tentativa de salvar a fábrica, em 1991, os proprietários da Facar avançaram com um alvará de loteamento dos terrenos, que a autarquia de Matosinhos aprovou em 1992. 

Nesta altura, a concretização do loteamento para construção foi entendida pelos proprietários da metalúrgica como a única alternativa para viabilizar a sobrevivência da empresa Facar. 

Previa 224.599 m2 de construção e foi aprovada por unanimidade pelo executivo, dando origem ao alvará número 533/92, de maio desse ano. O plano de urbanização daquela zona – um enorme quarteirão que se estende entre as Ruas de Entrequintas, Vila Franca, Camposinhos e Óscar da Silva –, tinha previsto um total de 20 lotes.

Sociedade Nova Facar criada pelo principal credor 

O processo de falência da empresa congelou todos os planos, até que o seu principal credor (na altura, o Banco Português do Atlântico, depois Millennium bcp) tomou conta deste património. 

Mais tarde, em 1997, a empresa Nova Facar, criada pela instituição bancária credora da metalúrgica, requereu à autarquia uma alteração ao loteamento, que acabou por ser reduzido em 30.000 m2 ao total da construção prevista.

Alguns dos lotes foram entretanto vendidos e construídos, como foi o caso das torres de habitação Entrequintas, promovidos pela Imoloc, de uma unidade hoteleira e do espaço comercial.

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