Cushman & Wakefield estima que volume de investimento para este ano iguale ou ultrapasse o valor de 2018: cerca de 3.000 milhões.
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Imobiliário comercial português está de boa saúde e em 2020 continuará a ser atrativo
Cushman & Wakefield

O final de ano está em contagem decrescente e o mercado imobiliário português está de boa sáude, nomedamente o comercial, podendo superar os níveis alcançados no ano passado. Para 2020, “antecipa-se uma manutenção da evolução positiva do mercado, embora a níveis mais moderados face aos últimos anos”, diz Andreia Almeida, diretora de research da Cushman & Wakefield (C&W).

Segundo a consultora imobiliária, que se apoia em dados da última edição do “Market Update”, publicado trimestralmente, na reta final do ano, o mercado imobiliário nacional “continua a exibir um bom desempenho, sendo de prever que sejam igualados ou mesmo superados os níveis recorde de atividade alcançados no ano passado em praticamente todos os setores”. 

Para Andreia Almeida, “a maior robustez da economia e os valores de mercado praticados têm contribuído para a atratividade do mercado imobiliário, o qual, apesar de ser ainda claramente dominado pela procura internacional, tem vindo a verificar um incremento do capital nacional”. 

Escritórios a bater recordes

No caso do segmento de escritórios, foram transacionados nos primeiros nove meses do ano na Grande Lisboa mais de 149.000 metros quadrados (m2), num total de 130 negócios. “Refletindo a crescente entrada de grandes ocupantes, a área média por transação atingiu novo recorde histórico, situando-se nos 1.150 m2, o dobro da média dos últimos 10 anos”, conclui a C&W. 

De acordo com a consultora, “a escassez de espaço em contraste com a forte procura continua a influenciar a taxa de desocupação, que atingiu em setembro os 3,9%, bem como os valores de arrendamento, com a renda prime a aumentar para os 23 euros por m2 por mês na Zona 1”. “Neste contexto, a promoção de edifícios de forma especulativa tem vindo a subir, representando atualmente 82% da área total prevista para os próximos três anos, que soma 202.000 m2”, refere a empresa em comunicado.

Negócio do retalho a crescer

No segmento do retalho, há registo de mais de 620 negócios entre janeiro e setembro de 2019, o que representa um crescimento homólogo de 50%. 

“O comércio de rua continua a dominar as novas aberturas com mais de 410 novas lojas, ou seja, 67% das unidades comercializadas. Por sua vez, os centros comerciais contabilizam 18% do número de operações, um valor influenciado pelos recentes projetos de expansão e/ou renovação”, conclui a C&W. 

Setor industrial e logístico em stand-by

Já atividade de ocupação no setor Industrial & Logístico mantém-se abaixo das expetativas, com o volume de ocupação entre janeiro e setembro a situar-se nos 47.200 m2, metade do que foi transacionado em igual período de 2018. 

Segundo a consultora, no terceiro trimestre de 2019 registou-se o segundo maior negócio do ano: a ocupação pela Sandometal de uma unidade logística com 6.300 m2 na zona de Azambuja.

“A escassez de oferta de instalações modernas de qualidade é apontada como um dos principais fatores para a diminuição da procura, situação que se prevê venha a ser colmatada com o arranque de dois novos projetos: a Plataforma Logística Lisboa Norte, da Merlin Properties, com uma área próxima dos 225.000 m2, e o projeto logístico sustentável da Aquila Capital, com cerca de 115.000 m2, ambos na zona de Azambuja, onde os valores de arrendamento prime se mantêm nos 3,75 euros por m2 por mês”, revela a C&W.

Investimento pode superar os 3.000 milhões de euros

Até setembro foram transacionados 1.700 milhões de euros em imobiliário comercial, sendo que os setores de escritórios e retalho são os mais ativos, atraindo respetivamente 34% e 33% do capital investido. 

Neste campo, destaque para a venda do edifício Fontes Pereira de Melo 41, por parte da ECS Capital à Deka Immobilien, por 125 milhões de euros e à aquisição, pela Frey, dos empreendimentos comerciais Albufeira Retail Park e AlgarveShoppping por 179 milhões de euros.

“Com cerca de 1.300 milhões de euros de transações atualmente em diversos estágios de negociação, estima-se que o volume total de investimento para este ano iguale ou ultrapasse o valor de 2018, que alcançou cerca de 3.000 milhões de euros”, conclui a consultora. 

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