“Mercado português está muito ativo e bancos continuam muito abertos a vender os portfólios de NPL”, diz Nelson Rêgo, da Prime Yield.
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Venda de crédito malparado em Portugal em vias de atingir novo recorde: 8.000 milhões
idealista/news

A venda de carteiras de crédito malparado – Non-Performing Loans (NPL na sigla inglesa) – está ao rubro na Península Ibérica, devendo atingir os 28.000 milhões de euros este ano. Portugal, que emerge como um mercado de oportunidade e retornos mais elevados no contexto ibérico, deverá voltar a transacionar em máximos, atingindo vendas de 8.000 milhões de euros, um valor recorde.

Em causa estão dados que constam num estudo realizado pela Prime Yield para este mercado, denominado “Investing in NPL in Iberia 2019”, que foi divulgado esta quinta-feira (28 de novembro de 2019) durante a conferência “NPL Iberia”, que se realizou em Madrid.

Segundo a empresa, a transação portfólios de NPL pode ascender a 28.000 milhões de euros este ano, “beneficiando do crescente interesse dos investidores por este tipo de ativos e pelos mercados sul-europeus”. “Mas também, e especialmente, porque a Ibéria se afirma como um mercado que proporciona oportunidades para perfis e tickets de investimento variados, uma vez que Portugal e Espanha se encontram em fases distintas de maturidade deste mercado, com níveis de retorno e competitividade diferentes”, refere a Prime Yield em comunicado.

Citado no documento, Nelson Rêgo, diretor geral da Prime Yield e responsável pelo desenvolvimento do negócio para fundos de investimento da Gloval, empresa à qual pertence a Prime Yield, diz que “para investidores focados nos mercados de NPL e REO [Real Estate Owned Assets, carteiras de ativos próprios], a Ibéria é agora, mais que nunca, o local para apostar, especialmente se for um mercado abordado com uma visão integrada”.  

Salientando que Espanha é um mercado mais maduro, onde as transações deste tipo de carteiras deverão estabilizar, o responsável considera que Portugal está numa fase em que “os bancos estão mais abertos a colocar este tipo de portfólios em venda”. 

“O mercado português está muito ativo. Os bancos continuam muito abertos a vender os seus portfólios de malparado, pressionados pelas metas europeias e encetando estratégias muito ambiciosas de desalavancagem"
Nelson Rêgo, diretor geral da Prime Yield

“O mercado português está muito ativo. Os bancos continuam muito abertos a vender os seus portfólios de malparado, pressionados pelas metas europeias e encetando estratégias muito ambiciosas de desalavancagem. Do lado da procura, Portugal emergiu como um alvo atrativo para os investidores globais especialmente nos últimos dois anos, beneficiando de bons indicadores económicos e do facto de ser um mercado ainda imaturo com muito boas oportunidades face a outros concorrentes em fases mais avançadas de desenvolvimento, como Espanha”, conta. Nelson Rêgo. 

O estudo prevê que Portugal registe um novo ano recorde na transação deste tipo de carteiras, atingindo um volume de 8.000 milhões de euros. Trata-se de um montante bem mais elevado face ao verificado em 2016 e 2017, anos em que o volume médio de venda de malparado se situou em torno dos 2.000-3.000 milhões de euros. 

“O mercado de NPL acelerou de forma acentuada em 2018 e atingiu um pico de 7.500-8.000 milhões de euros em transações, um número inédito no país, com todos os grandes bancos a transacionarem portfólios. A transação das grandes carteiras deverá continuar a marcar a atividade este ano, com uma dinâmica especial nos ativos garantidos por imóveis, cada vez mais atrativos dado o crescimento dos preços no setor imobiliário”, lê-se no documento.

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