A Câmara do Porto quer comprar por mais de seis milhões de euros o antigo Parque de Recolha da STCP em S. Roque da Lameira, por considerar que aqueles terrenos são um ativo estratégico para a zona oriental. Em causa estão 17 prédios pertencentes à operadora, situados na Rua da Fábrica “A Invencível”, com uma área total de 45.535 metros quadrados.
De acordo com a proposta que hoje, dia 21 de dezembro de 2020, é discutida na reunião do executivo, o município pagará 6,3 milhões de euros, de um total de 6,6 milhões, após a redução correspondente a 80% do valor da renda pago nos últimos três anos (288 mil euros).
No documento a que a Lusa teve hoje acesso, assinado pelo vereador dos Pelouros do Urbanismo, Espaço Público e Património, Pedro Baganha, a maioria refere que a zona oriental do Porto, onde se encontra este equipamento, constitui um território de atuação prioritário com vista á coesão territorial e social da cidade, motivo pelo qual tem vindo a ser prosseguida pela autarquia uma estratégia de promoção da regeneração urbana, nomeadamente através de projetos como o do Matadouro Municipal ou a construção do Terminal Intermodal de Campanhã, entre outros.
Localizado na proximidade de importantes polos de atração como o Parque Oriental, a Estação de Campanhã, o Estádio do Dragão, ou o Mercado Abastecedor, o antigo Parque de Recolha de Viaturas de S. Roque da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP), constitui, para o município, um "importante ativo territorial", com "enorme potencial para a instalação de novas funções e atividades, potencialidade, aliás, identificada quer no ‘MasterPlan’ do Porto Oriental, quer na ORU [Operação de Reabilitação Urbana] da Corujeira".
Investir para dar mais respostas habitacionais e atrair novos residentes
De acordo com a autarquia, nesta Operação de Reabilitação, o terreno da antiga estação, juntamente com o da fábrica “A Invencível”, constitui um dos projetos estruturantes de alavancagem da estratégia da reabilitação urbana deste território, sendo proposto para este local um novo polo multifuncional dinamizador de funções e atividades.
Este polo permitirá introduzir novas dinâmicas urbanísticas e socioeconómicas em Campanhã, revertendo, valorizando e recuperando a imagem do território da Corujeira.
Simultaneamente, como previsto na ORU, esta área poderá constituir, ainda, uma zona complementar e de reserva para o incremento da função habitacional, possibilitando a fixação de novos residentes e promovendo novas ligações com a Praça da Corujeira, com o projeto previsto para o Antigo Matadouro Municipal, com a Avenida 25 de Abril e com a rua da Fábrica “A Invencível”.
Segundo o município, para a execução do projeto, torna-se necessário adquirir o imóvel correspondente à Antiga Estação de Recolha da STCP.
A intenção de adquirir este imóvel foi revelada pelo presidente da Câmara do Porto, o independente Rui Moreira, na reunião do executivo de 07 de dezembro, que respondia a uma questão levantada pelo vereador socialista Manuel Pizarro que defendeu que a autarquia devia assegurar que a Casa das Glicínias estivesse na lista dos edifícios a transferir para os municípios no âmbito do processo de intermunicipalização da STCP.
À data, Moreira esclareceu que o contrato prevê que ficam na STCP apenas os imóveis que têm a ver com a operação da empresa, o que não é o caso da Casa das Glicínias, neste momento ocupada pela associação Benéfica e Previdente.
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