
O Novo Banco (NB) abandonou os planos de construir uma nova sede nas Amoreiras, em Lisboa, mas não desistiu da ideia de vender o atual edifício que ocupa na Avenida da Liberdade, o que poderá representar um encaixe financeiro entre 50 a 70 milhões de euros. A alternativa em cima da mesa passa por uma mudança para o Tagus Park, em Oeiras (arredores da capital), onde já tem mais de 500 colaboradores a trabalhar. Entretanto, a entidade bancária, que é detida pela Lone Star, anunciou a venda da sucursal em Espanha ao Abanca.
Segundo fonte oficial do NB, citada pelo ECO, a instituição liderada por António Ramalho “tem vindo, de forma regular, a analisar soluções de racionalização e redução de custos, não havendo qualquer decisão tomada”.
Confirmando-se este cenário cai por água a hipótese, há muito abordada, do NB se mudar para um megaprojeto imobiliário a ser construído num terreno com cerca de 130.000 metros quadrados (m2) num quarteirão entre as Amoreiras e a Rua Artilharia 1. Projeto esse que custaria entre 100 e 120 milhões de euros.
O terreno em causa, escreve a publicação, foi adquirido pelo NB, em 2014, à promotora imobiliária Temple, do empresário Vasco Pereira Coutinho, como forma de execução de dívidas – o Fundo de Investimento Imobiliário Fechado Amoreiras é o responsável pelo projeto.
Fontes do mercado consultadas pelo ECO afirmam o processo de mudança no banco para as Amoreiras perdeu força devido a dificuldades em obter o licenciamento para o projeto, estando o NB está a estudar outras hipóteses para aquela localização.
Sucursal de Espanha vendida ao Abanca
Entretanto, o NB anunciou, esta segunda-feira (5 de abril de 2021), que assinou um acordo com a Abanca Corporación Bancaria, S.A. para vender as operações de retalho, banca privada e PME em Espanha, incluindo 10 balcões e respetivos colaboradores.
Num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o NB adianta que “a concretização da operação está sujeita às respetivas autorizações regulatórias”, sendo “a sua conclusão esperada no segundo semestre de 2021”.
Segundo a entidade bancária, o acordo celebrado com o Abanca “representa a opção mais adequada de desinvestimento do negócio, garantindo a manutenção de serviço aos clientes e oferecendo atrativas perspetivas de longo prazo para clientes e colaboradores em Espanha”.
“Esta transação representa mais um marco relevante no processo de desinvestimento de ativos e operações ‘não-core’, nomeadamente contribuindo para uma redução da complexidade da estrutura e dos custos e permitindo ao Novo Banco prosseguir a sua estratégia de reafectação de recursos à atividade bancária em Portugal”, lê-se no documento.
Em comunicado, o Abanca revela que com a aquisição da sucursal em Espanha do NB “atinge os 100.000 milhões de euros de volume de negócio”, reforçando “o posicionamento em duas áreas de atividade prioritárias: o segmento da banca pessoal e privada e o segmento de empresas”.
“A compra apresenta um baixo risco de execução e mínimo consumo de capital”, refere o banco espanhol, salientando que “após a operação passará a ter um volume de ativos de 71.338 milhões de euros e a gerir 42.368 milhões de euros de crédito a clientes, 46.037 milhões de euros de depósitos e 11.789 milhões de euros de passivos fora do balanço”. Ao todo passará a ter 6.312 colaboradores e 745 agências.
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