Innovation District vai acolher empresas, comércio, serviços, restauração, hotelaria e habitação. Poderá gerar 25 mil empregos.
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Refinaria Matosinhos
Galp

A antiga refinaria da Galp, em Matosinhos, vai dar lugar a uma cidade da inovação ligada às "energias do futuro", que poderá gerar 20 a 25 mil empregos diretos e indiretos em 10 anos. O ‘Innovation District’ – assim foi batizado – vai acolher empresas de base tecnológica ligadas a energias verdes, comércio e serviços, restauração, hotelaria e habitação. O plano também prevê a cedência de parcelas de terreno no perímetro da refinaria para a criação de um polo universitário.

O protocolo de cooperação foi assinado esta quarta-feira, dia 16 de fevereiro de 2022, entre a Galp, a Câmara de Matosinhos e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N). “Este protocolo concretiza, na prática, o compromisso que assumimos de trabalhar em parceria com a Câmara Municipal de Matosinhos e com todos os stakeholders relevantes para a criação de um hub de inovação e conhecimento que será um orgulho para o Norte e para o País”, refere o CEO da Galp, Andy Brown, citado em comunicado.

O protocolo contempla a constituição imediata de uma equipa técnica conjunta que irá delinear, “em articulação com as demais entidades competentes, todos os procedimentos necessários para cumprimento dos enquadramentos jurídicos e económicos associados ao projeto”, lê-se ainda.

Leça da Palmeira
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Investimento em hotelaria, habitação, comércio e serviços

A Galp irá criar uma equipa liderada por Ana Lehmann, especialista em Internacionalização e Inovação e antiga Secretária de Estado da Indústria, para o desenvolvimento do projeto de requalificação urbanística de toda a área até aqui ocupada pela sua unidade industrial. Uma equipa que contará ainda com Celeste Varum (CEO) e José Sequeira (Planeamento Urbano). “O grupo terá uma lógica de intervenção multifuncional, transparente e estruturada em torno da criação de um 'Innovation District', potenciado por um ecossistema urbano, social e ambientalmente sustentável, incluindo comércio e serviços, hotelaria, restauração, indústria 4.0, habitação, equipamentos culturais e de lazer, com destaque para um Green Park”, revela ainda o documento.

Na cerimónia protocolar, Andy Brown, adianta que a descontaminação dos solos nos terrenos custará "várias centenas de milhões de euros", mas o valor ainda está "por ser completamente definido". “Num mês ou dois poderemos apresentar os resultados da perfuração do solo à APA [Agência Portuguesa do Ambiente] e às autoridades regionais", garante o CEO da Galp, que salientou que a disponibilização total da área em causa "vai demorar muitos, muitos anos", apesar de partes do terreno poderem vir a ser desenvolvidas e libertadas mais cedo, "provavelmente em 2023".

Leça da Palmeira
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Projeto de alteração da refinaria terá dotação de 60 milhões

Quanto aos trabalhadores da antiga refinaria, que eram 400, e depois de um despedimento coletivo de 120, Andy Brown afirmou que "os restantes continuam a trabalhar" com a Galp, e outros estão "à procura de novas oportunidades", por exemplo em Sines (Setúbal).

O presidente da CCDR-N, António Cunha, afirmou que o projeto de alteração da refinaria terá uma dotação de 60 milhões de euros do Fundo para a Transição Justa (FTJ), dizendo que "ainda este ano poderão chegar verbas para esse pacote" logo que o Programa Operacional (PO) Norte 2030 esteja concluído. António Cunha estimou poder assinar o PO Norte 2030 "nos próximos meses", admitindo um "deslizamento" face às circunstâncias da política nacional, depois da "primeira perspetiva" que apontava para "o primeiro semestre deste ano".

Câmara Municipal de Matosinhos
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Já a presidente da Câmara de Matosinhos, Luísa Salgueiro, garante que o projeto apresentado não vai contra o Plano Diretor Municipal (PDM) nem contradiz as garantias dadas por si anteriormente. "As regras do PDM de Matosinhos são suficientemente elásticas, digamos, já com as regras que tem neste momento, para acolher tudo o que foi dito", assegurou a autarca.

“Esta nova cidade do conhecimento contará com o envolvimento da academia na construção de centros de investigação e de aceleração de excelência nos domínios da indústria 4.0, energia e mar, com recurso a verbas do Fundo para uma Transição Justa, reiterando o compromisso de Matosinhos em aproveitar as transições em curso para modernização do seu tecido económico e social”, acrescenta.

*Com Lusa

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