Segmentos geraram 66% do montante investido nos primeiros seis meses do ano.
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As transações de hotéis e de industrial e logística impulsionaram o investimento em imobiliário comercial no 1º semestre do ano, segundo o Market Pulse, o mais recente research trimestral da JLL. Em conjunto, os dois segmentos garantiram 66% do montante transacionado no semestre, o qual ascendeu a 640 milhões de euros. O 2º trimestre deu o principal contributo a este resultado, registando 436 milhões de investimento. Os dois setores geraram 84% do investimento no trimestre em questão.

Pedro Lancastre, CEO da JLL Portugal, explica que “depois de um 1º trimestre pouco animado, o 2º trimestre acelerou fortemente e duplicou o investimento. Neste trimestre foi ainda mais visível a influência da compra de hotéis e de ativos de industrial e logística, pois foram responsáveis por quase 370 milhões dos 436 milhões transacionados”. Para o responsável, “a forte recuperação dos indicadores hoteleiros e a intensificação da absorção e das rendas de industrial e logística” são alguns fatores a explicar o foco dos investidores nestes dois segmentos.

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Pedro Lancastre, CEO JLL JLL

Segundo a consultora, e num contexto de recuperação do turismo, os hotéis estão a destacar-se uma vez que os indicadores de desempenho se aproximam já do período pré-Covid. No caso de Lisboa, a diária média atual já supera a de 2019 e no Porto a diferença é residual.  Em industrial e logística, a JLL aponta o bom desempenho na ocupação (160.000 m2 no semestre) e uma trajetória de crescimento das rendas, um movimento que se antecipa também para o retalho prime até ao final do ano.

O novo relatório da JLL evidencia ainda o desempenho dos mercados ocupacionais, liderados pelos escritórios, onde a ocupação em Lisboa em seis meses já supera a atividade de todo o ano passado, atingindo 168.000 m2. No Porto, soma mais de 30.000 m2, em forte crescimento com os semestres idênticos de 2019, 2020 e 2021. Grande destaque para o 2º trimestre, que gerou mais de 60% do take-up anual em Lisboa e 80% no Porto.

Na habitação, a nota continua a ser de forte nível de atividade das vendas e níveis robustos de preços, evidenciando-se a crescente dinâmica dos compradores nacionais, ao mesmo tempo que os internacionais continuam a gerar uma procura sólida, liderada pelos Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha.

“Acreditamos que 2022 vai superar o montante transacionado o ano passado”

Quanto ao resto do ano, “as perspetivas para os próximos trimestres mantém-se positivas com o foco nos segmentos que têm tido maior procura em termos de volume”, segundo Pedro Lancastre.

“Acreditamos que 2022 vai superar o montante transacionado o ano passado. Existem atualmente muitos portfólios já em processo de venda e outros em fase de negociação. Claro que as condições macroeconómicas e geopolíticas são desafiantes, mas os negócios imobiliários continuam a ser bastante competitivos e Portugal destaca-se no panorama internacional”, diz ainda, acrescentando que “o nosso país tem uma boa posição geográfica, segurança e boa qualidade de vida, bons fundamentais de mercado, incluindo as yields”. Além disso, refere, Portugal tem, em geral, “retornos mais atrativos, num mercado percebido de baixo risco”.

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O responsável termina dizendo que “um dos principais desafios do mercado imobiliário português continua a ser as limitações do lado da oferta, transversais a todos os segmentos."

"Acontece que há um forte aumento nos custos de construção e é natural que os novos produtos planeados sofram ajustamentos, afetando ainda mais o fluxo de oferta disponível. Isso deverá ter um impacto no desempenho do mercado a nível de absorção e vendas, sendo importante enfatizar que este facto não é o resultado de escassez de procura", acrescenta. 

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