
O prédio da antiga sede do portal Sapo, em pleno centro de Lisboa, foi vendido, no final de 2019, pela MEO Serviços de Comunicações e Multimédia, do Grupo Altice, à Smartdev (empresa sediada na Zona Franca da Madeira), de Hernâni Vaz Antunes, arguido da Operação Picoas atualmente em prisão domiciliária e considerado o braço-direito de Armando Pereira, que fundou a Altice com Patrick Drahi. O negócio terá sido fechado em 7 milhões de euros, mas a empresa terá recebido antes uma oferta de compra do imóvel com morada no número 32 da Avenida Fontes Pereira de Melo no valor de 8 milhões de euros, que terá rejeitado.
A notícia avançada pelo Expresso conta que "a administração da Altice Portugal (que comprou a PT), então liderada por Alexandre Fonseca (gestor atualmente com funções suspensas), aceitou vender o imóvel por €1 milhão abaixo da proposta que a operadora tinha recusado meses antes", dando nota de que foi "João Pedro de Mendonça, então diretor de património da operadora de telecomunicações (e que já saiu do grupo), quem acabou por alertar, em endereço eletrónico, os interessados no prédio que a administração do poderoso grupo económico português tinha optado por outra solução".
Atualmente, neste edifício - localizado mesmo ao lado da histórica sede da Portugal Telecom (PT), entre o Saldanha e o Marquês de Pombal - funcionam, segundo o jornal, empresas associadas ao universo de Vaz Antunes, que são fornecedores de serviços do grupo de Patrick Drahi em Portugal e em outras operações, dando como exemplos a Setling e a Tirion.
Edifício comprado e revendido por empresas controladas por Hernâni Vaz Antunes
Citando fontes próximas da operação que está sob investigação, o semanário diz que o negócio não ficou por aqui. Em dezembro de 2020, o mesmo edifício terá sido revendido à Almost Future por 7,5 milhões, e, ainda de acordo com o Expresso, tanto a Smartdev como a Almost Future eram empresas controladas por Hernâni Vaz Antunes, empresário também conhecido como o “comissionista”. Juntamente com Armando Pereira, estes são os principais arguidos na Operação Picoas, que investiga a teia de negócios suspeitos em torno da Altice que terão prejudicado o Estado em mais de 100 milhões.
A venda do Edifício Sapo foi, segundo o Ministério Público, negociada por João Zúquete, gestor de confiança de Armando Pereira e administrador da Altice com o pelouro do património, cujas funções foram suspensas na sequência da investigação em curso por corrupção e branqueamento de capitais, tal como detalha o jornal na mesma notícia.
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