
Vários altos responsáveis da Altice Portugal estão a ser alvo de operação por suspeitas dos crimes de “corrupção no setor privado, fraude fiscal agravada, falsificação e branqueamento”, segundo a Procuradoria-Geral da República. Em causa está a simulação de negócios e a ocultação de proveitos da venda de património imobiliário da antiga PT, que deverá ter resultado no desvio de 250 milhões de euros.
De acordo com uma nota divulgada pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) do Ministério Público (MP), além das buscas na sede da Altice, em Lisboa, “estão a ser realizadas várias dezenas de buscas domiciliárias e não domiciliárias em diversas zonas do país”, numa ação que conta também com o apoio da PSP.
A suspeita das autoridades está voltada para uma eventual simulação de negócios e a ocultação de proveitos na alienação de património imobiliário da antiga PT, noticiou a CNN. Um dos negócios que se encontra sob suspeita está alegadamente ligado à venda de quatro prédios em Lisboa por cerca de 15 milhões de euros - mas a dimensão deste negócio deverá ser maior.
Os compradores dos edifícios têm ligações a um circuito empresarial que foi montado em Braga, na Zona Franca da Madeira e no Dubai, com um esquema para circulação de capitais e devolução dos mesmos aos vendedores, resultando em prejuízos para a Altice Internacional e para o Estado.
Neste caso, foram constituídos arguidos o ex-dono da Altice, Armando Pereira, e o seu braço direito, Hernâni Vaz Antunes, que terão delineado dois esquemas de desvio de dinheiro na ordem dos 250 milhões de euros, escreve o jornal Nascer do Sol:
- Um deles dizia respeito à compra de baixo valor de sete imóveis em Lisboa da antiga PT - como o edifício Sapo na Avenida Fontes Pereira de Melo e um edifício na Estefânia -, que depois terão sido revendidos com lucros extraordinários (o número de imóveis envolvidos no esquema terá subido de quatro para sete);
- O outro esquema diz respeito à chantagem alegadamente feita a antigos fornecedores da PT, que teriam de entregar contrapartidas indevidas aos altos responsáveis do esquema que envolveu imóveis, sob pena de deixarem de fazer parte dos negócios.
Entretanto, fonte oficial da empresa confirmou que a Altice Portugal “foi uma das empresas objeto de buscas pelas autoridades em cumprimento de mandado do Ministério Público no âmbito de processo de investigação em curso”. Segundo a mesma fonte, a dona da Meo garantiu estar “a prestar toda a colaboração que lhe é solicitada”, reiterando que “estará sempre disponível para quaisquer esclarecimentos”.
*Com Lusa
Para poder comentar deves entrar na tua conta