Imobiliário turístico: "Os juros não impactam diretamente a venda"

Com vasta experiência no setor hoteleiro em Portugal, o Grupo Pestana decidiu reforçar a sua estratégia de expansão com a aposta no imobiliário turístico, diversificando o portefólio com projetos exclusivos que combinam luxo, localização privilegiada e oportunidades de investimento. Os empreendimentos multiplicaram-se nos últimos anos entre Algarve, Madeira e Costa Alentejana, mas a marca de origem madeirense está atenta a novas localizações e a estudar o mercado. José Roquette, Chief Development Officer (CDO) do Pestana Hotel Group, explica em entrevista ao idealista/news que a Pestana Residences transformou-se numa unidade de negócio complementar “que tem vindo a assumir grande preponderância no Grupo”. O gestor fala ainda do perfil de clientes com quem trabalham, bem como da questão do impacto dos juros na sua atividade.

A marca acaba de lançar o quinto projeto na Costa Alentejana, o Pestana Porto Covo Beach Residences, que irá contar com 238 apartamentos, num terreno em frente mar com oito hectares. Segundo José Roquette, trata-se de uma região “em franco desenvolvimento económico e em clara afirmação turística, o que assegura um forte potencial de valorização”.

Os preços variam entre os 650 e os 875 mil euros, sendo que a maioria das unidades continuam a ser vendidas em fase de projeto. Metade estavam reservadas ainda em fase de lançamento, sendo os “investidores-clientes maioritariamente portugueses e de classe média alta”.

“A experiência hoteleira constitui um fator diferenciador que nos dá grande vantagem sobre a concorrência neste segmento específico do turismo residencial e que a credibilidade/solidez do Grupo é decisiva no sucesso do lançamento de novos projetos imobiliários”, salienta o responsável.

O Grupo Pestana acaba de lançar mais um projeto no Alentejo. Há muitos anos que investe no mercado imobiliário da região. Porquê? Quais são os pontos fortes?

Este é o quinto projeto da marca Pestana Residences desenvolvido na costa alentejana. A região combina alguns fatores decisivos para os nossos projetos: a grande proximidade de Lisboa, uma região com baixa densidade de construção, apesar dos vários projetos em curso, e uma imagem cada vez mais forte no mercado internacional.

Têm também uma presença forte no Algarve, Madeira. Estão a estudar outras localizações para investir? Se sim, quais e em que segmentos?

Em complemento à presença hoteleira, a nossa marca de imobiliário turístico / Branded Residences continuará a crescer nas regiões do Algarve e Madeira, a par com os projetos na Costa Alentejana. De forma a diversificar a nossa oferta futura, estamos numa fase de estudo do mercado, para equacionar os próximos passos e eventuais novas regiões. 

De forma a diversificar a nossa oferta futura, estamos numa fase de estudo do mercado, para equacionar os próximos passos e eventuais novas regiões. 

Pestana Porto Covo Beach Residences

Por que é decidiram investir em imobiliário turístico? Quais são os planos para o futuro? O residencial continua a fazer parte da vossa aposta?

Em primeiro lugar por uma questão de diversificação das áreas de negócio. A marca Pestana Residences, direcionada para imobiliário turístico, é uma unidade de negócio complementar ao ramo hoteleiro que tem vindo a assumir grande preponderância no Grupo Pestana.

Nasceu do casamento entre a trajetória de sucesso no turismo com a experiência no desenvolvimento de projetos imobiliários. Compreendemos que a nossa experiência hoteleira constitui um fator diferenciador que nos dá grande vantagem sobre a concorrência neste segmento específico do turismo residencial e que a credibilidade/solidez do Grupo é decisiva no sucesso do lançamento de novos projetos imobiliários.

Em 2023, apontavam como meta o investimento de 300 milhões em vários projetos até 2028. Esse objetivo mantém-se?

Esse valor está próximo da realidade, englobando os projetos que estão conclusão, os que estão em obra e a arrancar agora, bem como aqueles em fase final de licenciamento.

O imobiliário português continua a ser atrativo, mas os promotores continuam a identificar algumas barreiras/dificuldades para acelerar os projetos. Concordam? O que faz falta fazer, neste âmbito?

Os atrasos nos processos de licenciamento, a instabilidade dos custos de construção e a falta de mão-de-obra são problemas transversais a esta atividade.

De que forma o corte de juros e as novas medidas do Governo impactam na vossa atividade e planos de investimento?

A questão dos juros não impacta diretamente a venda, porque os nossos clientes não recorrem muito a crédito.

Sobre este projeto que acabam de lançar... quais são as características deste novo empreendimento em Porto Covo? Qual o perfil de investidores? E qual o balanço das vendas, até ao momento?

O Pestana Porto Covo Beach Residences conta com uma localização extraordinária, talvez a melhor de todos os projetos deste segmento, numa região em franco desenvolvimento económico e em clara afirmação turística, o que assegura um forte potencial de valorização. Está inserido num terreno frente mar, com 8 hectares, onde a construção ocupará apenas 57% do total permitido.

Os investidores-clientes são maioritariamente portugueses e de classe média alta.

Desenvolvido pelo Arquiteto Gonçalo Salazar de Sousa e equipa, o empreendimento é constituído por 238 apartamentos, com piscinas privativas, inseridos num condomínio privado, com uma área comum de jardins e espaços de lazer.

Os investidores-clientes são maioritariamente portugueses e de classe média alta. Temos a preocupação de criar um produto com uma ótima relação preço-qualidade. No momento do lançamento do projeto, metade das unidades já estavam reservadas.

Pestana Porto Covo Beach Residences

A maioria das unidades continuam a ser vendidas em fase de projeto? Quais os preços médios do projeto em questão?

Há um capital de confiança associado à credibilidade e solidez financeira do Grupo Pestana que permite atrair investidores-clientes, que querem assegurar serviço e rentabilidade na exploração. Esta situação também se verificou nos projetos imobiliários turísticos contruídos em Tróia e na Comporta e no primeiro projeto de Porto Covo. Os preços das unidades do Pestana Porto Covo Beach Residences variam entre os 650 e os 875 mil euros.

Recentemente, numa entrevista, revelaram que, na maioria dos projetos, a ocupação é portuguesa. O que contraria a perceção de projetos feitos exclusivamente para estrangeiros. Porquê?

Em todos os nossos projetos de imobiliário turístico tentamos desenvolver um posicionamento que esteja ao alcance do mercado nacional e, ainda assim, com uma relação preço-qualidade excelente.

Há um capital de confiança associado à credibilidade e solidez financeira do Grupo Pestana que permite atrair investidores-clientes

Quais as maiores diferenças entre portugueses e estrangeiros, em termos de procura? O que que é que cada uma mais (ou menos) valoriza?

O mercado nacional, especialmente o residente em Lisboa, já conhece bem todas as opções em Portugal e, neste caso, valoriza muito a proximidade. Por outro lado, o mercado internacional é atraído pela excelência ambiental do destino e pela qualidade das praias. Ambos os mercados reconhecem o valor da garantia de serviço e de exploração turística assegurada pelo Grupo Pestana.

Consideram que nos projetos imobiliários em Portugal, a credibilidade da marca Pestana tem sido decisiva. Em que medida?

Sem dúvida. Diria que existem três razões fundamentais para o sucesso dos nossos projetos. A primeira é a localização estratégica de cada empreendimento. A segunda é a credibilidade e a confiança que o grupo oferece aos investidores-clientes, que têm acompanhado as fases de lançamento de cada projeto, resultando historicamente num ritmo acelerado nas vendas. Por fim, a comercialização em planta, com preços apelativos, tem permitido aos compradores obter mais-valias ou uma valorização significativa a curto/médio prazo.