
Já alguma vez reparaste no autocolante que define a classe energética do teu frigorífico? Ou da máquina de lavar roupa? Estamos a falar da etiqueta energética. Resumidamente, serve para te mostrar se os teus eletrodomésticos são mais ou menos eficientes: com um código de cores acompanhado de uma letra de A a G.
Neste artigo, descobre como ler a etiqueta energética, como interpretá-la e como é que ela te pode ajudar a poupar nas faturas de energia.
O que é a etiqueta energética?
Antes de entender a etiqueta, importa ter claros alguns conceitos base. Segundo a Diretiva 92/75/EC da União Europeia, a etiqueta energética (Energy Label) é um esquema de rotulagem atribuído aos eletrodomésticos, de forma a determinar a sua eficiência.

Neste momento existem 7 classes energéticas como indicadas na imagem. O esquema varia da classe energética A (classe com maior eficiência) até à classe energética G (menor eficiência), sendo atribuída uma cor distinta a cada uma delas.
Os tons de verde são cedidos às classes mais eficientes, enquanto o amarelo, laranja e o vermelho às classes inferiores e menos eficientes.
Como ler a etiqueta energética dos eletrodomésticos?

- Logótipos da União Europeia;
- QR Code que permite fazer o download da ficha técnica do eletrodoméstico;
- Nome do fabricante e nome do eletrodoméstico;
- Classe de eficiência energética através de letras maiúsculas (de A a G), setas e cores;
- Consumo de energia elétrica: em kWh/por ano, que é a medida utilizada também na fatura de eletricidade;
- Outros dados técnicos consoante o eletrodoméstico. Poderás encontrar o consumo de água (litros/por ano); volume ou capacidade (litros/por ano); e ainda o nível de ruído em decibéis (dB).
Porque é que a etiqueta energética é importante?
A etiqueta energética é importante, porque permite aos consumidores fazerem compras mais sustentáveis. Na realidade, os eletrodomésticos mais eficientes, tendo em conta as classes e etiquetas energéticas, trazem muitas vantagens:
- O consumidor notará grandes diferenças na conta da luz, com menores custos devido ao menor consumo de energia do eletrodoméstico;
- Os fabricantes e marcas ganham credibilidade, porque estão a comercializar modelos mais evoluídos. Podem exigir investimentos significativos por parte dos consumidores, mas estes sabem que houve uma melhoria tecnológico;
- Ao escolheres eletrodomésticos com classes energéticas mais eficientes, estarás a ajudar o ambiente.
O compromisso ambiental deixou de ser uma mera responsabilidade do consumidor. Também as mais conceituadas marcas de eletrodomésticos devem produzir equipamentos eficientes a pensar no bem-estar do planeta.
Que eletrodomésticos têm etiqueta energética?
Obrigatória em Portugal e nos restantes países pertencentes à União Europeia, hoje a etiqueta energética está presente em:
- Televisões;
- Secadores;
- Exaustores;
- Frigoríficos, congeladores e arcas;
- Caves de vinhos;
- Máquinas de lavar roupa;
- Máquinas de lavar loiça;
- Máquinas de secar;
- Máquinas combinadas de lavar e secar;
- Lâmpadas elétricas e outros dispositivos de iluminação;
- Máquinas de café;
- Fornos elétricos;
- Sistemas de ar condicionado;
- Sistemas de aquecimento.
Muitos deles encontram-se numa das divisões onde passas mais tempo em casa: a cozinha. O facto de apostares por eletrodomésticos mais eficientes e sustentáveis, fará com que ao mesmo tempo mantenhas a cozinha sempre na moda.

O que aconteceu às classes A+, A++ e A+++?
As etiquetas energéticas dos eletrodomésticos deixaram de ter as classes A+, A++ e A+++, uma vez que complicava a interpretação por parte dos consumidores.
Neste sentido, as classes A e G estão em vigor desde 1 de março de 2021. A seguir poderás observar a antiga etiqueta energética em comparação com a nova.

Há que ter em atenção que houve um reajuste das classes da antiga etiqueta energética para a nova etiqueta energética. Ou seja, as classes energéticas anteriormente mais eficientes, agora são classes menos eficientes.
Consideremos a tabela seguinte, onde poderemos entender a que classe energética correspondem as anteriores classificações “+” de um frigorífico, por exemplo.
Tabela 1: Etiqueta Energética | |
Maria | |
Antiga Classe Energética | Nova Classe Energética |
Classe A+++ | Classe D |
António | |
Antiga Classe Energética | Nova Classe Energética |
Classe A++ | Classe E |
Sofia | |
Antiga Classe Energética | Nova Classe Energética |
Classe A+ | Classe F |
Os dados apresentados na tabela estão de acordo com a AEG.
Percebemos que o frigorífico da Maria, que anteriormente tinha a classe energética A+++ passa a ser de classe energética D. O frigorífico do António com classe A++ passa a ser de classe energética E. Por último, o frigorífico da Sofia com classe A+ passa a ser de classe energética F.
A alteração aplica-se a todos os eletrodomésticos, sejam aparelhos de refrigeração, máquinas de lavar roupa, lavar loiça ou máquinas com sistemas de secagem e lavagem combinados, entre outros.
E quem tem um eletrodoméstico com a antiga etiqueta energética?
Como vimos na tabela anterior, a Maria, o António e a Sofia têm nas suas casas um frigorífico com a antiga etiqueta energética. Mas, quem tem um eletrodoméstico com a antiga etiqueta precisa de fazer alguma coisa?
A questão é mais simples do que se possa pensar. Na verdade, quem tem um eletrodoméstico com o sistema de rotulagem mais antigo não tem que fazer absolutamente nada. Ou seja, não precisas de substituir o eletrodoméstico, nem substituir a etiqueta energética.
Mais importante ainda: com a mudança para a nova etiqueta energética, os consumidores não vão pagar mais na fatura de eletricidade.
Basicamente, o que muda é que os eletrodomésticos que tens em tua casa com classe A+, por exemplo, são agora menos eficientes perante os modelos mais recentes comercializados no mercado. A correspondência foi feita em virtude de alguns ensaios realizados pela UE, a fim de chegar a valores aproximados ao consumo real de energia.
Quais as razões para a mudança de etiqueta energética?
Segundo a Comissão Europeia, há duas motivações principais para esta alteração. Por um lado, a etiqueta energética mudou para facilitar a vida dos consumidores na hora de a interpretar, com a eliminação das classes A+, A++ e A+++. Por outro lado, a União Europeia pretende incentivar à produção de eletrodomésticos com melhor desempenho, logo mais eficientes em termos de consumo.
Com estas exigência para com os fabricantes, a UE visa fazer uma contínua reavaliação das classes energéticas. Tal acontecerá quando 30% dos eletrodomésticos fabricados forem de classe A ou 50% dos eletrodomésticos forem de classe A e B.

Teremos eletrodomésticos mais eficientes, com maior poupança. Saímos todos a ganhar em prol de um planeta mais sustentável.
Classe energética: Como se reflete em poupança?
Para que a classe energética se reflita em poupança é necessário fazer comparações entre os diferentes eletrodomésticos e os seus respetivos consumos.
Como vimos, uma antiga classe A+++ corresponde agora à classe D. Portanto deverás tentar fazer comparações atualizadas, consoante os produtos que são lançados e colocados à venda.
Consumo de energia elétrica dos eletrodomésticos
Os eletrodomésticos não consomem a mesma quantidade de energia. Informares-te sobre como funciona o consumo de energia dos eletrodomésticos é o primeiro passo para conseguires poupar na conta da luz e reduzires o impacto ambiental.
Para informações úteis sobre o consumo de eletrodomésticos em casa, é possível consultar a tabela a seguir. Colocámos o valor (em kWh/ano) dos consumos médios anuais dos principais eletrodomésticos do teu lar.
Tabela 2: Consumo Médio dos Eletrodomésticos | |
EXEMPLOS DE ELETRODOMÉSTICOS | CONSUMO ANUAL DE ENERGIA (kWh/ano) |
Secador | 540 kWh/ano |
Placa Elétrica | 486 kWh/ano |
Frigorífico | 432 kWh/ano |
Máquina de Lavar Loiça | 216 kWh/ano |
Computador | 324 kWh/ano |
Aspirador | 230 kWh/ano |
Máquina de Café | 216 kWh/ano |
Televisão | 173 kWh/ano |
Consumo anual de acordo com os dados da Goldenergy.
Chegou o momento de fazer uma leitura mais aprofundada da etiqueta energética e tentar perceber se vale a pena apostar por eletrodomésticos mais eficientes ou por eletrodomésticos mais baratos.
As classes energéticas dos eletrodomésticos ajudam realmente os consumidores. A partir daí, podem fazer comparações entre modelos e marcas para entender qual o equipamento mais eficaz.
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