A percentagem de jovens empregados com esta patologia é muito maior do que naqueles com mais de 35 anos.
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Excesso de trabalho e stress contínuo? Como evitar a síndrome de burnout
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É uma realidade e é muito mais preocupante do que possa parecer à primeira vista. Há cada vez mais pessoas a não saber lidar com o ambiente de trabalho: seja pela carga excessiva, pelo stress contínuo, falta de motivação ou fraca remuneração. A síndrome de burnout não é uma mania dos tempos modernos. É mesmo uma doença. E há fatores de risco aos quais é preciso estar atento. Dizemos-te quais são.  

Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu a síndrome de burnout na Classificação Internacional de Doenças. “A síndrome de burnout, nada mais é do que a resposta do ser humano ao stress crónico no trabalho. Esta doença não se limita ao período de stress em si, mas à perda da capacidade de lidar com a tensão no trabalho, levando a um cansaço permanente e a uma produtividade muito reduzida, quando não eliminada na totalidade”, segundo explica a Adecco em comunicado.

Vários estudos confirmam que esse fenómeno afeta mais as mulheres do que os homens, sendo que as pessoas sem parceiro ou com pouco apoio familiar também são mais suscetíveis. Além disso, geralmente aparece nos primeiros anos de desenvolvimento profissional dos trabalhadores. As estatísticas revelam que a percentagem de jovens empregados com síndrome de burnout é muito maior do que naqueles com mais de 35 anos.

Sintomas de burnout

Alguns dos sintomas apresentados e que permitem uma melhor identificação, são o esgotamento intenso, com uma enorme sensação de falta de energia; o desapego ao trabalho e tudo relacionado; problemas comportamentais e dormência; baixa ou nenhuma autoeficácia e sensação de ausência de realização pessoal; ansiedade, hostilidade, raiva, depressão ou tristeza. Além disso, há uma alteração de comportamento, dando lugar a hábitos tóxicos e absenteísmo.

Se a síndrome de burnout se prolongar por períodos muito longos, a ocorrência de sequelas é bastante comum. O habitual é vir a sofrer de insónia, dores de cabeça, distúrbios gastrointestinais, etc.

Seis fatores que potenciam a síndrome

Carga excessiva de trabalho. Um dos sintomas mais significativos é a exaustão. “Isso pode acontecer devido ao excesso de tarefas ou à execução incorreta de funções. Seja como for, o funcionário termina com o sentimento de não possuir as capacidades necessárias para o seu desenvolvimento profissional”, escreve a empresa de recursos humanos.

Perda de controlo. O sentimento de falta de satisfação pessoal é outro aspeto essencial da síndrome de burnout. Geralmente está associado ao problema de tentar controlar todo o trabalho que precisa de ser feito. Pode levar a que o trabalhador sinta que não possui as capacidades necessárias para desempenhar as suas funções. No entanto, também pode ser o resultado de uma tentativa de assumir mais responsabilidades do que se deveria ter na posição que ocupa.

Falta de reconhecimento. “Estudos mostram que, dos trabalhadores que deixaram o emprego, quase 80% o fazem por falta de reconhecimento. De facto, 60% refletem que se sentem mais motivados pelo reconhecimento do que pela compensação económica. O auto-reconhecimento também desempenha um papel importante. Contanto que o funcionário considere o seu trabalho importante e o faça corretamente, ele permanecerá longe do síndrome de burnout”, refere a Adecco.

A importância das comunidades. Outro aspeto muito importante que favorece ou não o desenvolvimento da síndrome de burnout é o facto de a pessoa viver em família ou sozinha, uma vez que “em família, os elogios, o conforto, a felicidade e o humor são partilhados”. No entanto, o trabalhador independente que seja mais solitário é mais propenso a conflitos com colegas e a criar um ambiente de trabalho negativo.

Tipo de tratamento no trabalho. Se o trabalhador sente que é tratado de maneira injusta no trabalho, as possibilidades de sofrer da síndrome de burnout aumentam. Dentro do tratamento injusto encontramos ambientes favoráveis a preconceito, favoritismo e até abuso direto por um parceiro. “A falta de confiança nos colegas, no diretor ou no líder executivo quem quer que este seja, causa uma dissociação psicológica no trabalhador”, aponta a empresa.

Correspondência de Ações. Desde que os valores comerciais não correspondam aos valores pessoais do trabalhador, haverá um problema de coexistência. “Deves optar por trabalhos que não entrem em conflito moral com as tuas crenças. Caso contrário, nunca te sentirás bem na tua carreira profissional e acabarás a sofrer os sintomas da síndrome de burnout”, aconselha a Adecco.

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