Apesar de admitir um aumento para o próximo ano, o primeiro-ministro, António Costa, afasta uma subida com a dimensão da que se registou no ano passado.
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Salário mínimo em 2021 subirá, mas pouco – sindicatos querem reforço "substancial"
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O primeiro-ministro, António Costa, admite aumentar o salário mínimo nacional (SMN) em 2021, mas avisa que “não vamos poder ter um aumento com a dimensão da que tivemos no ano passado". Em janeiro de 2020, o salário mínimo subiu de 600 euros para 635 euros, e a meta seria atingir dos 750 euros em 2023. No entanto, a pandemia veio complicar as contas do Executivo, que prevê um aumento inferior a 35 euros no próximo ano.

“Desejamos ter um conjunto de medidas, que, por exemplo, permita que o salário mínimo nacional possa continuar a subir, naturalmente de acordo com aquilo que é a dinâmica económica de hoje, que é muito distinta da de há um ano. Seguramente não vamos poder ter um aumento com a dimensão da que tivemos no ano passado. Desejamos que possa prosseguir um aumento e não tenha de haver um congelamento”, diz o primeiro-ministo, numa entrevista ao jornal Expresso.

O líder do Governo garante que agora se inicia um novo ciclo de diálogo com os parceiros sociais, com os partidos políticos para a aprovação do Orçamento de 2021, mas que o ponto de partida “não prevê qualquer corte de rendimentos”.

Já o aumento de salários da função pública deverá ter de ficar para outra altura, uma vez que a prioridade do Executivo passa agora por “reforçar o número de contratados, não só no SNS como noutros serviços do Estado”. “Tendo de fazer opções, vamos investir mais no aumento de número de trabalhadores do que em aumentos salariais”, disse ainda à mesma publicação.

Sindicatos querem mais e pedem reforço do salário mínimo

O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, já reagiu às declarações do primeiro-ministro e recusa o aumento residual proposto por António Costa. Diz estar a aguardar pelas negociações na concertação social, exigindo, porém, que a subida “seja no mínimo idêntica ao ano passado, ou seja, 670 euros em 2021”, tal como se pode ler no comunicado.

A CGTP vai mais longe e insiste numa subida para 850 euros, no mais curto espaço de tempo. “Esperamos que o Governo apresente uma proposta de aumento do salário mínimo e, para a CGTP, esse aumento deve ser substancial para garantir as condições dos trabalhadores e das suas famílias“, sublinhou a secretária geral da CGTP, Isabel Camarinha.

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