
Os padrões de trabalho muito mudaram depois da pandemia da Covid-19. Antes, cerca de 60% dos europeus nunca tinha tido a experiência de trabalhar a partir de casa. Mas, nos meses seguintes, esta percentagem caiu para menos de 40%, mostra estudo do Banco Central Europeu (BCE). O teletrabalho tornou-se, assim, num “novo normal” para milhões de europeus durante a pandemia. E depois? A verdade é que ter a possibilidade de trabalhar a partir de casa tornou-se num requisito para muitos. Um em cada três europeus quer ainda mais trabalho remoto do que a empresa dá. E muitos consideram mesmo mudar de emprego.
Depois de milhões de europeus terem começado a trabalhar remotamente durante a pandemia, o paradigma do teletrabalho instalou-se nas empresas. A verdade é que domina a preferência do modelo de trabalho híbrido, em que os profissionais vão alguns dias por semana ao escritório e ficam outros tantos a trabalhar a partir de casa. Mas será que os acordos de teletrabalho estabelecidos com as empresas têm correspondido às expectativas dos profissionais?
Foi o que quis saber o BCE. O estudo publicado esta quarta-feira, dia 15 de fevereiro de 2022, revela as preferências do trabalho remoto depois da pandemia. E conclui que “os padrões de teletrabalho mudaram substancialmente após o início da pandemia e apontam para uma preferência persistentemente maior pelo trabalho remoto”.
Em concreto, depois da pandemia, cerca de 2 em cada 3 trabalhadores admitia querer teletrabalhar, pelo menos, um dia por semana. E cerca de 25% queria fazê-lo entre dois e quatro dias por semana. “Estes números sugerem que o desejo pelo modelo trabalho híbrido prevalece além das restrições e das preocupações com a saúde relacionadas com a pandemia”, concluem os economistas.
Em agosto de 2021, cerca de 60% dos trabalhadores sentiram que as suas preferências pelo trabalho remoto estavam “amplamente alinhadas” com as preferências dos seus empregadores. Mas, 30% dos trabalhadores europeus queria teletrabalhar com mais frequência do que a permitida pela empresa.
Os investigadores concluíram ainda que os trabalhadores com preferências pelo teletrabalho que excedem as oferecidas pelo empregador têm uma maior disposição para procurar novos empregos e até mesmo a trocar de trabalho.
Isto acontece porque, segundo explicam, “ter acordos de trabalho flexível (incluindo a possibilidade de trabalhar remotamente) tem sido citado como um importante motivo para procurar um novo emprego”. Este é, de resto, um novo requisito que pesa na decisão e que irá influenciar o mundo do trabalho no futuro.
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