Garantia dada por Paolo Gentiloni, em Lisboa. Portugal é dos países onde há mais empresas com dificuldade em contratar pessoas.
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Aumentar salários em Portugal
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Será que há margem para aumentar os salários em Portugal? “Em alguns setores em que a procura foi especialmente forte e houve níveis extraordinários de lucros, isso pode permitir ao setor privado e sindicatos encontrarem margem de manobra para aumentar o poder de compra” dos trabalhadores, disse Paolo Gentiloni, comissário europeu da Economia, em Lisboa. Paralelamente, Portugal é dos países no mundo onde há mais empresas a dizer que têm dificuldade em contratar pessoas, sendo o facto de os salários serem baixos um dos motivos para haver falta de trabalhadores em certas áreas. 

Paolo Gentiloni, recorde-se, esteve na capital portuguesa, tendo-se reunido com o ministro das Finanças, Fernando Medina. Segundo a Lusa, o comissário italiano esteve também em Portugal para participar na reunião do grupo Bilderberg, que terminou domingo.

No Relatório do Conselho de Administração do Banco de Portugal (BdP) de 2022, divulgado recentemente, o banco central refere que, no ano passado, houve empresas que beneficiaram da conjuntura de aumento dos preços e "terão também aumentado as suas margens de lucro".

Que salários pagam as empresas em Portugal
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Empresas não contratam e a “culpa” não é só dos salários

Entretanto, e segundo a CNN, Portugal é dos países no mundo onde há mais empresas a dizer que têm dificuldade em preencher vagas, havendo profissões que têm procura, mas tendem a oferecer salários mais baixos. O que ajuda a explicar a falta de trabalhadores em certas áreas. 

As empresas abrem as vagas, mas não encontram candidatos. Porque ficam, então, as vagas por preencher? “Na origem do problema estão várias questões, desde a concorrência a nível global à falta de disponibilidade dos trabalhadores em assumir certos horários ou a fazer deslocações”, escreve a publicação. O salário, porém, “não é, muitas vezes, suficientemente atrativo” para seduzir os candidatos, disse Marco Arroz, national senior manager de executive search na Multipessoal.

O estudo Talent Shortage do ManpowerGroup conclui, por exemplo, que Portugal é o quarto país no mundo onde as empresas revelam mais dificuldades em contratar, com 84% dos empregadores a reconhecer dificuldades em preencher vagas. Por outro lado, muitos profissionais (63%) estão dispostos a aceitar uma contraproposta do seu empregador atual, de acordo com o Guia Hays 2023.

“Estamos perante um mercado liderado pelo candidato e onde este tem um poder de negociação cada vez maior”, referiu João Fonseca, manager na área de engenharia na Hays, citado pela publicação. O responsável considera que os candidatos estão mais seletivos, mais exigentes no que toca a condições e benefícios e mais resistentes à mudança de emprego.

*Com Lusa

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