Mercado de trabalho: estas são as cinco tendências esperadas para 2026

As cinco principais tendências que vão moldar o mercado de trabalho em 2026 passam por diferentes estratégias, desde o ‘upskilling’ e o ‘reskilling’, do outsourcing e modelos híbridos, até à cibersegurança e à ‘smart factory’.

Com o aproximar do final de 2025, a Eurofirms lançou uma análise sobre o mercado de trabalho em 2026, num retrato geral que combina aceleração tecnológica com competências humanas, de modo a responder à escassez de talento.

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Estas são as principais tendências apontadas pela Eurofirms:

1. Aprender, reaprender e adaptar: o ‘upskilling’ e o ‘reskilling’ vão manter-se em altas em 2026; a integração entre formação e planeamento de recursos humanos será uma vantagem competitiva; modelos de ‘just in time learning’ e programas híbridos e personalizados ganham protagonismo; e as parcerias estratégicas entre empresas e entidades formativas vão ganhar relevância para alinhar as necessidades organizacionais com as expectativas de desenvolvimento dos profissionais, o que impactará diretamente na produtividade e fidelização de talento.
2. Consolidação do outsourcing e trabalho temporário: de modo a colmatar a falta de talento, o outsourcing e o trabalho temporário vão consolidar-se em 2026, para que as empresas possam ter uma capacidade de resposta mais rápida à oscilação da procura e à escassez de talento especializado.
3. Flexibilidade torna-se fundamental: trabalhadores e candidatos valorizam cada vez mais modelos híbridos, horários adaptáveis e funções polivalentes, assim como a rapidez dos preços, as condições salariais e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional; na hotelaria a procura de talento mantém-se elevada e as ofertas em regime híbrido para funções de back-office e apoio administrativo multiplicam-se; cresce também a procura por colaboradores capazes de comunicar com empatia e de resolver problemas e aplicar práticas sustentáveis.
4. Cibersegurança, dados e sustentabilidade em destaque: no segmento de Executive Search, funções nas áreas de tecnologia, como cibersegurança, análise de dados e design de interfaces e experiência do utilizador (UI/UX) ganham cada vez mais destaque; ganha também relevância a liderança em energias renováveis e sustentabilidade e cargos na logística e gestão de cadeias de abastecimento; tornam-se decisivos perfis executivos com visão estratégica e capacidade de liderar com ética e propósito.
5. Evolução da oficina tradicional para a ‘smart factory’: intensifica-se a procura por técnicos de manutenção industrial, programadores CNC e especialistas em automação e robótica, capazes de impulsionar a passagem para a Indústria 4.0; a forte presença da indústria transformadora, da metrologia e da engenharia de processos será cada vez mais complementada com a modernização setorial, embora o mercado continue a depender de operadores polivalentes, técnicos de metrologia, manutenção eletromecânica e injeção, engenheiros de processos e técnicos laboratoriais; vai ainda registar-se um crescimento nos setores de logística, e-commerce e supply chain, graças à expansão do comércio online, inovação em logística e experiências de compra.

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Em comunicado, João Lourenço, Country Leader da Eurofirms Portugal, afirma que estamos a entrar “num período em que a tecnologia é incontornável, mas o futuro do trabalho em Portugal só será sustentável se for também humano”, acrescentando que “as empresas que souberem combinar inovação tecnológica com ética, transparência e investimento em pessoas estarão mais bem posicionadas para competir num mercado global”. Relativamente aos conceitos de ‘upskilling’ e ‘reskilling’, o responsável refere que estes “não podem ser vistos como projetos isolados, mas como compromissos permanentes”. 

“Portugal tem a oportunidade de se afirmar como um polo de talento, mas só o conseguirá se a formação contínua, a flexibilidade e a valorização do capital humano fizerem parte integrante das estratégias empresariais”, conclui.