"A ideia de que o escritório deve ser um ponto fixo e obrigatório está a desaparecer”, diz Jorge Valdeira, Country Manager da IWG Portugal.
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Espaços de trabalho flexível em Portugal
Jorge Valdeira, Country Manager da IWG Portugal, rodeado pelo Spaces Matosinhos (à esquerda) e pelo Regus São João da Madeira Créditos: IWG Portugal

“Os escritórios não estão a acabar, estão a transformar-se. E essa transformação está a criar oportunidades significativas para empresas, cidades e profissionais”. Quem o diz é Jorge Valdeira, Country Manager da International Workplace Group (IWG) Portugal, que se assume “líder mundial em soluções de trabalho híbrido” – e detém marcas como Spaces e Regus. Em entrevista ao idealista/news, o responsável partilha uma visão já deixada por outros players do setor, considerando que “o trabalho flexível não é apenas uma tendência: é a base do futuro do trabalho”.

Jorge Valdeira é perentório ao afirmar que “a ideia de que o escritório deve ser um ponto fixo e obrigatório está a desaparecer”, antecipando, nesse sentido, que “o futuro do trabalho passa por escritórios mais ágeis, eficientes e adaptáveis”.

A IWG inaugurou recentemente o seu primeiro espaço na região norte de Portugal, o Spaces Matosinhos – deu nova vida à antiga fábrica Joana d’Arc –, bem como um novo centro Regus em São João da Madeira, passando a ter, ao todo, 23 espaços de trabalho híbrido e/ou coworking no país. Mas estão previstas novas aberturas em 2026, até porque “a procura por soluções de trabalho flexível continua a crescer de forma consistente em Portugal”, sustenta Jorge Valdeira, adiantando que o grupo de origem britânica tem “vários projetos em fase de desenvolvimento, que irão avançar à medida que as condições de construção e os prazos de entrega o permitirem”.

Espaços de trabalho flexível
Spaces Matosinhos deu nova vida à antiga fábrica Joana d’Arc Créditos: IWG Portugal

A IWG inaugurou recentemente o seu primeiro espaço na região norte de Portugal (e o 23º no país), o Spaces Matosinhos. Um espaço que deu nova vida à antiga fábrica Joana d’Arc. Até à data, em todos os projetos, quanto é que a empresa já investiu em Portugal?

Todos os nossos investimentos em Portugal refletem o compromisso da IWG com a expansão local de forma a promover a flexibilidade no trabalho e a descentralização das operações, permitindo que mais pessoas acedam a soluções de trabalho próximas das suas comunidades. Continuamos a desenvolver iniciativas que apoiem modelos de trabalho modernos, colaborativos e adaptáveis às necessidades locais.

A nível global, o investimento incremental que realizámos no nosso segmento de Managed & Franchised até ao terceiro trimestre de 2025 levou a uma aceleração no número de localizações que abrimos e adicionamos ao ‘pipeline’, à medida que continuamos a expandir a rede e cobertura. A evolução da ocupação e da política de preços dá-nos boas perspetivas para um crescimento adicional no restante do ano e em 2026.

É possível afirmar que o Spaces Matosinhos é um projeto “especial” comparativamente com os restantes 22 da IWG em Portugal, que detém marcas como a Spaces e a Regus? 

O Spaces Matosinhos é, sem dúvida, um projeto muito simbólico para a IWG em Portugal, não por representar uma preferência face a outras localizações, mas porque reflete de forma exemplar a filosofia da marca e o espírito da própria cidade.

Matosinhos é uma cidade com uma forte dinâmica empresarial, uma excelente localização e uma comunidade empreendedora e inovadora. Trata-se, portanto, de um território que já reunia todas as condições para acolher um espaço como o Spaces: moderno, flexível e pensado para impulsionar novas formas de trabalhar.

Este novo Spaces marca mais um passo na estratégia da IWG de expandir a oferta em cidades satélite e regiões com forte dinâmica económica, permitindo que o trabalho flexível esteja acessível a mais pessoas fora dos grandes centros urbanos.

O reforço no Norte é estratégico: queremos criar um ecossistema de proximidade que permita às empresas distribuir equipas de forma eficiente e oferecer boas condições de trabalho, independentemente da sua localização.

Escritórios em Portugal
Assim é o novo centro Regus em São João da Madeira Créditos: IWG Portugal

A IWG inaugurou também recentemente em São João da Madeira um novo centro Regus. O que nos pode adiantar sobre este espaço?

A abertura desta nova Regus surge do nosso compromisso em descentralizar as oportunidades de trabalho e dinamizar as economias locais. São João da Madeira, embora sendo o concelho mais pequeno do país, apresenta um elevado potencial económico e uma comunidade empresarial muito ativa. Vimos aqui uma oportunidade clara: permitir que empresas e profissionais possam trabalhar de forma mais produtiva, mais perto de casa, com todas as vantagens da nossa rede global. Esta abertura reforça a estratégia da IWG de expandir a oferta em cidades emergentes e criar impacto real nas comunidades locais.

O espaço foi projetado para oferecer um ambiente de trabalho moderno, confortável e funcional, com duas salas de reuniões, business lounge, copa totalmente equipada e estacionamento gratuito. Mais do que as comodidades, a Regus permite às empresas gerir equipas de forma flexível e eficiente, integrar colaboradores em diferentes horários ou localizações e reduzir a complexidade da operação, já que todas as infraestruturas e serviços estão incluídos.

"2026 será certamente um ano muito positivo para a IWG em Portugal, com novas aberturas já em preparação e um mercado cada vez mais recetivo ao trabalho híbrido e às soluções flexíveis que oferecemos"

Este modelo é particularmente relevante para empresas que adotam estratégias híbridas, permitindo-lhes oferecer aos colaboradores um local profissional de alta qualidade sem aumentar os custos. O centro torna-se, assim, um parceiro na produtividade e crescimento das empresas, e não apenas um espaço físico.

São, ao todo, 23 os espaços de trabalho híbrido e/ou coworking que a IWG detém em Portugal. Quantos são Spaces e quantos são Regus?

Correto, sendo que até ao momento três são escritórios Spaces (Oriente, Marquês de Pombal e Matosinhos). Por outro lado, temos 18 escritórios Regus e ainda temos uma outra marca: a HQ. A tipologia do HQ tem tudo a ver com produtividade para clientes atentos aos custos, quer se trate de uma empresa de grande dimensão ou de um freelancer; e em Portugal temos dois escritórios.

Estava prevista a abertura de mais dois espaços em Portugal até final do ano, certo? Onde e sob que marca? 

De facto, à data da abertura do Spaces Matosinhos tínhamos previsto inaugurar mais dois centros até ao final do ano, mas alguns projetos em fase de construção podem sofrer ajustes de calendário. No entanto, esses ligeiros atrasos não alteram a nossa estratégia nem o entusiasmo com que olhamos para o futuro.

2026 será certamente um ano muito positivo para a IWG em Portugal, com novas aberturas já em preparação e um mercado cada vez mais recetivo ao trabalho híbrido e às soluções flexíveis que oferecemos.

Espaços de trabalho flexível
Assim é o novo Spaces Matosinhos Créditos: IWG Portugal

A estratégia de expansão é, então, para manter em 2026? 

Sim, a nossa estratégia de expansão mantém-se firme para 2026. A procura por soluções de trabalho flexível continua a crescer de forma consistente em Portugal, e isso confirma que estamos no caminho certo. Portugal acompanha, aliás, a evolução global e esta abertura surge após um trimestre histórico, em que a empresa registou os maiores valores de receita, ‘cashflow’ e resultados de sempre, e um crescimento sem precedentes da sua rede, com mais novas localizações assinadas e inauguradas nos primeiros meses de 2025 do que em toda a primeira década de operações. A rede da IWG conta agora com mais de um milhão de salas em 121 países.

"A procura por soluções de trabalho flexível continua a crescer de forma consistente em Portugal"

Em 2026, esperamos um ano particularmente dinâmico para a IWG. Temos vários projetos em fase de desenvolvimento, que irão avançar à medida que as condições de construção e os prazos de entrega o permitirem. O nosso objetivo é continuar a expandir a rede de forma sustentada, privilegiando localizações que respondam às necessidades das empresas e dos profissionais que procuram trabalhar mais perto de casa, com maior flexibilidade e eficiência.

Estamos confiantes de que 2026 será um ano positivo, marcado por novas aberturas e pelo reforço da nossa presença em todo o país, acompanhando a transformação estrutural do mercado de trabalho.

O mercado de trabalho mudou muito no pós-pandemia, com o regime híbrido a ganhar força. Os escritórios tradicionais, como os conhecíamos, vão deixar de existir?

O mercado de trabalho passou por uma transformação estrutural no pós-pandemia e o modelo híbrido deixou de ser uma tendência para se tornar uma realidade consolidada. No entanto, isso não significa que os escritórios tradicionais vão desaparecer. Significa, sim, que vão evoluir.

As empresas perceberam que os colaboradores valorizam a flexibilidade e que a produtividade não está dependente de uma presença diária num único local. O que está a desaparecer é a ideia de que o escritório deve ser um ponto fixo e obrigatório; o que está a emergir é uma rede de espaços que permite trabalhar onde faz mais sentido: perto de casa, num centro descentralizado ou numa sede corporativa quando necessário.

"As empresas perceberam que os colaboradores valorizam a flexibilidade e que a produtividade não está dependente de uma presença diária num único local. O que está a desaparecer é a ideia de que o escritório deve ser um ponto fixo e obrigatório. (...) Os escritórios não estão a acabar, estão a transformar-se"

O futuro do trabalho passa, portanto, por escritórios mais ágeis, eficientes e adaptáveis. E é exatamente esse o papel da IWG: proporcionar modelos flexíveis que permitem às empresas reduzir custos, aumentar a produtividade e oferecer melhores condições às suas equipas.

Na nossa visão, os escritórios não estão a acabar, estão a transformar-se. E essa transformação está a criar oportunidades significativas para empresas, cidades e profissionais.

Espaços de trabalho flexível
Spaces Matosinhos é o primeiro espaço da IWG na região Norte do país Créditos: IWG Portugal

Quais as mais-valias do trabalho flexível e/ou do coworking? O que ganham os trabalhadores… e os empregadores?

O trabalho flexível e o coworking trazem benefícios muito claros tanto para trabalhadores como para empresas. Para os colaboradores, o impacto mais imediato é a melhoria da qualidade de vida: menos tempo e dinheiro gasto em deslocações, mais equilíbrio entre vida pessoal e profissional e acesso a espaços modernos e produtivos, próximos de casa.

Do lado das empresas, os ganhos são igualmente significativos. Os modelos híbridos permitem reduzir custos operacionais, aumentar a produtividade e criar equipas mais motivadas e eficientes. Recentemente desenvolvemos um estudo que conclui que a combinação de trabalho híbrido e espaços descentralizados pode gerar uma poupança superior a 25.000 euros por ano, somando o que é poupado por cada colaborador em deslocações e o que as empresas deixam de gastar em escritórios tradicionais e custos associados.

"[Trabalho flexível] é uma situação em que todos ganham: os colaboradores têm bem-estar, as empresas tornam-se mais competitivas e as cidades beneficiam de modelos de desenvolvimento mais equilibrados e sustentáveis. E é por isso que acreditamos que o trabalho flexível não é apenas uma tendência: é a base do futuro do trabalho"

É uma situação em que todos ganham: os colaboradores têm bem-estar, as empresas tornam-se mais competitivas e as cidades beneficiam de modelos de desenvolvimento mais equilibrados e sustentáveis. E é por isso que acreditamos que o trabalho flexível não é apenas uma tendência: é a base do futuro do trabalho.

Os espaços de trabalho flexíveis comportam escritórios privados, totalmente equipados e prontos a usar, bem como coworking e salas de reunião, e ainda programas de adesão para uso da nossa rede em todo o mundo, ideal para os profissionais móveis. Todas estas soluções são disponibilizadas como um serviço ‘all inclusive’ e podem ser contratadas pelo período de tempo que for mais conveniente ao cliente, incluindo durações muito curtas.

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