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Venda de quase 9.000 imóveis “custou” 159 milhões de euros ao Novo Banco
idealista/news

O Novo Banco acordou a venda de um bloco de quase 9.000 imóveis a fundos da americana Anchorage –, o que tirou 159 milhões de euros ao seu resultado líquido nos primeiros nove meses do ano. Devido às imparidades constituídas no passado, a carteira de imóveis, designada de Projeto Viriato, foi vendida abaixo do valor líquido, pelo que foi preciso colocar mais dinheiro de lado para adequar o balanço ao preço final de venda.

A entidade liderada por António Ramalho, detido em 75% pela americana Lone Star e em 25% pelo Fundo de Resolução, assinou em outubro um contrato-promessa de compra e venda de uma carteira de 8.726 ativos imobiliários destinados a habitação, indústria e comércio com fundos geridos pela também americana Anchorage. O banco espera concluir a transação até ao final do ano, mas nas contas de setembro consta o seu impacto, escreve o Jornal de Negócios.

“Nas demonstrações financeiras de 30 de setembro de 2018 já se encontra refletido o impacto desta operação na valorização dos ativos a alienar, que se traduziu numa perda de 159 milhões de euros, podendo este valor vir ainda a ser ajustado na data da conclusão da operação”, revela o Novo Banco em comunicado.

Quando anunciou a operação, o Novo Banco disse acreditar que poderia vir a receber 388,9 milhões de euros pela venda desta carteira, um valor que representava um desconto de 45% face ao valor contabilístico bruto do portefólio, que era de 716,7 milhões de euros. Mas na altura não quis dizer qual o valor líquido daqueles ativos, ou seja, qual o montante a que os imóveis estavam avaliados tendo em conta as imparidades constituídas, o que permitiria perceber se haveria impacto negativo tendo em conta o preço a receber. 

Conclui-se agora, com as contas do terceiro trimestre, que havia impacto negativo, já que para adequar o valor de balanço ao preço que consta do contrato-promessa, o Novo Banco teve de constituir novas provisões para a operação de venda de imóveis. 

Na prática, a operação impediu uma quebra mais expressiva nas imparidades e provisões da instituição financeira. Esta rubrica caiu 19% em termos homólogos para 456,2 milhões de euros. As imparidades para crédito, a maior fatia, cederam 33% para 232,6 milhões e as imparidades para títulos afundaram 82%. Por outro lado, o montante afeto a provisões para outros ativos e contingências disparou 61% para 208,4 milhões, uma subida que se deveu às provisões para imóveis no âmbito do Projeto Viriato, escreve a publicação.

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