
O setor industrial e logístico no país registou uma área de ocupação de 129.405 metros quadrados (m2) durante o segundo trimestre de 2025, o que representa um aumento de 68% face ao primeiro trimestre do ano e sinaliza uma recuperação no volume de ocupação após um início de ano moderado.
Estas são as principais conclusões do mais recente relatório Industrial & Logistics Market Overview, da Savills. De acordo com este relatório, no acumular de todo o primeiro semestre a área ocupada somou 206.532 m2, o que significa menos 52% relativamente a período homólogo do ano passado e que é reflexo das baixas ‘vacancy rates’.
Apesar destes números, a logística em Portugal movimentou 111 milhões de euros em investimentos, representando um crescimento de 48% face ao primeiro semestre de 2024 e 9% de todo o mercado de investimento. Antecipando um favorável segundo semestre, há ainda a registar uma intensa atividade de ‘development’.
Absorção cai na Grande Lisboa e cresce na região Norte
A absorção atingiu 53.689 m2 na Grande Lisboa durante o segundo trimestre, significando uma queda de 21% em comparação com o primeiro trimestre de 2025, enquanto o total absorvido nos primeiros seis meses foi de 121.427 m2.
Com uma oferta bastante pressionada, sobretudo nos corredores logísticos de Castanheira-Azambuja e Sacavém-Alverca (concentram mais de 61% da capacidade da região), a região apresentou um stock total de aproximadamente 3,520 milhões de m2 e uma taxa de disponibilidade de somente 3,25%. Esta escassez de espaços adequados prejudica diretamente as empresas, afetando a sua capacidade de garantir instalações ajustadas às suas exigências e pressionando as rendas.
Já no Porto e região Norte, o stock total foi de 1.327.630 m2 e a taxa de disponibilidade de 4,66%, com a absorção a atingir, no segundo trimestre, 59.499 m2, o que se reflete num crescimento de 534% relativamente ao primeiro trimestre deste ano. No que respeita ao acumulado do semestre, foram ocupados 68.888 m2, representando uma contração de 59% face a período homólogo de 2024. Há ainda a destacar a assinatura de 11 contratos de arrendamento e a expansão industrial de 17.645 m2 no corredor de Santo Tirso, com três transações a ultrapassar os 10 mil m2, incluindo uma operação de grande escala situada entre o Porto de Leixões e o Aeroporto.
Conceito de oferta e procura com desequilíbrio acentuado
A grande procura por parte dos inquilinos e a disponibilidade limitada de espaços logísticos Grade A leva a um desequilíbrio acentuado no mercado, desequilíbrio esse que é evidente, sobretudo, nos corredores estratégicos, onde contrastam o elevado potencial de absorção e a escassa oferta de novos projetos.
Em comunicado, Pedro Figueiras, Head of Capital Markets da Savills, afirma que “o setor industrial e logístico em Portugal continua a apresentar um potencial significativo de crescimento, impulsionado por uma procura consistente e pela crescente complexidade das operações que dependem de infraestruturas modernas e eficientes”, revelando que o principal desafio “prende-se com a escassez de espaços logísticos modernos, bem localizados e capazes de se adaptar às necessidades em constante evolução das empresas”.
“Este desafio representa também uma oportunidade clara para investidores, promotores e decisores. É essencial continuar a investir em projetos que integrem inovação, sustentabilidade e flexibilidade, pilares fundamentais para assegurar a competitividade e a resiliência das cadeias de abastecimento no futuro”, conclui o responsável.
A Savills espera um forte crescimento no desenvolvimento de novas plataformas logísticas nas regiões de Lisboa e do Norte nos próximos anos, de modo a responder às necessidades de espaço dos ocupantes.
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