Lojas, escritórios, hotéis e logística animam economia portuguesa

O ambiente económico passou a estar mais interessante para o investimento imobiliário em Portugal, com a redução dos juros ao longo do ano passado. Tanto assim foi que só os imóveis comerciais - como escritórios, lojas, hotéis e logística - movimentaram 2.370 milhões de euros em 2024, mais 47% face ao ano anterior (marcado por decréscimo desta atividade). E também houve um crescimento generalizado de ocupação de espaços e das rendas, o que contribui para o crescimento da economia portuguesa.

“As recentes reduções das taxas de juro conduziram a alguma aceleração da atividade de investimento”, concluiu o estudo WMarket Year-end 2024-2025, elaborado pela Worx. E dão nota ainda de “uma redução das diferenças na negociação dos valores de compra e venda, à medida que as condições de financiamento se tornam mais favoráveis”. É neste contexto que preveem “uma recuperação mais substancial da atividade de investimento em 2025”.

Mas não foi só no investimento imobiliário onde se sentiu um crescimento. Na ocupação de espaços comerciais também. No caso dos escritórios, foram arrendados 222.000 metros quadrados (m2) só na Grande Lisboa, tornando 2024 no terceiro melhor ano de sempre – mas os ajustes ao teletrabalho podem contruir para um crescimento moderado da procura de escritórios em 2025. E o setor industrial e logístico registou mais de 778.500 m2 ocupados em 2024, quase duplicando a absorção de 2023, já que este tinha sido um ano de quebra acentuada, explicam em comunicado. No caso do retalho e da hotelaria, sentiu-se um crescimento da atividade na ordem dos 4%. 

Escritórios em Lisboa Google Maps

Como estão as rendas dos espaços comerciais em Portugal?

Com a maior procura de imóveis comerciais, as rendas dos espaços também tenderam ao subir ao longo de 2024, embora haja exceções, segundo analisam desde a Worx:

• Escritórios: rendas prime de escritórios estabilizaram nos 28 euros/m2/mês em Lisboa, depois da sua subida generalizada com particular ênfase nas zonas mais centrais;
• Retalho: no quarto trimestre verificou-se um aumento generalizado nos diversos segmentos de retalho, após uma manutenção das rendas prime ao longo de 2024;
• Logística: a entrada de novos produtos no mercado favoreceu o crescimento da renda prime do setor, que subiu para 5,25 euros/m2 /mês;
• Hotelaria: o rendimento médio por quarto (RevPAR) atingiu 72 euros e o preço por noite chegou aos 121,6 euros no período acumulado de janeiro a novembro de 2024, correspondendo a aumentos na ordem dos 7%. O preço por noite em Lisboa fixou-se nos 158 euros por noite e nos 127 euros por noite no Porto.

Quanto à rentabilidade dos ativos imobiliários, a Worx diz que “as yields prime em Portugal registaram na sua generalidade uma estabilização, após a descompressão generalizada das yields prime em 2023. Contudo, algumas operações de relevo, protagonizadas principalmente no quarto trimestre de 2024, proporcionaram evidências para suportar a descida das yields prime de retalho, nomeadamente, de centros comerciais e comércio de rua, e de industrial e logística, na ordem dos 10-25 pontos base”, concluem.