Governo quer “desfecho satisfatório” para trabalhadores portugueses da construção na Arábia Saudita

O Governo está “em permanente contacto” com a Arábia Saudita para procurar “um desfecho satisfatório” para os 80 portugueses que estão no país sem receber salários há dez meses (desde novembro do ano passado). Os 80 portugueses em causa trabalham na construtora saudita Saudi Oger.

Segundo o Dinheiro Vivo, a garantia de que o Executivo está a acompanhar a situação foi dada por fonte governamental à Lusa.

A publicação, que avançou com a notícia em agosto, escreve que os trabalhadores portugueses estão “em desespero” e que não têm dinheiro para comprar o bilhete de volta. Em muitos casos, as autorizações de residência já expiraram e estão presos num país dependente de uma matéria-prima que, em dois anos, perdeu mais de metade do seu valor. Uns vivem em apartamentos partilhados, outros em campos de trabalho “onde falta tudo”.

Na altura, o Ministério dos Negócios Estrangeiros disse que tinha feito “numerosos e firmes contactos políticos, quer junto do Ministério do Trabalho, quer junto do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Reino da Arábia Saudita, instando para que seja pago o que é devido aos portugueses que trabalham na referida empresa”.

“Estivemos aqui estes meses, com temperaturas de quase 50 graus. É complicado deixarmos aqui o dinheiro”, disse um dos trabalhadores, recordando que as respetivas famílias estão em Portugal “a viver muito precariamente”.

Agora, questionada pela Lusa, fonte oficial do ministério chefiado por Augusto Santos Silva garantiu que o Executivo “continua em permanente contacto com o Governo saudita, trabalhando em prol de um desfecho satisfatório para os cidadãos portugueses assalariados da Saudi Oger”.

A embaixada portuguesa em Riade “tem prestado todo o apoio possível a estes cidadãos”, acrescentou a mesma fonte.