Comentários: 0
Bancos dão nova vida a imóveis que têm em carteira de construtores falidos
idealista/news

Com a crise, que levou à falência centenas de empresas do setor da construção, os bancos, os principais credores, ficaram milhões de euros em imóveis inacabados que começam agora a entrar no mercado. A crescente procura de imóveis – todos os dias são vendidas em média 355 casas, segundo o INE – está a fazer com que os próprios bancos avancem diretamente com a promoção.

Uma tendência, de resto, confirmada por várias mediadoras. “Muitos empreendimentos inacabados na posse da banca estão a ser comprados por construtores e outros são terminados pelos próprios bancos para os colocar no mercado, tirando partido da procura que tem crescido bastante nos últimos dois anos”, disse Miguel Poisson, administrador da ERA Portugal, citado pelo Expresso.

Já João Martins, diretor-geral da Maxfinance, consultora financeira do grupo Remax, revelou que 70% dos imóveis que a banca tem na sua carteira são não-residenciais, existindo uma grande pressão para corresponder às necessidades do mercado a nível habitacional: “Tudo o que é residencial e em boas localizações está a esgotar-se. Em contrapartida, os bancos possuem ainda muitos terrenos para construção e empreendimentos que não chegaram a concluir-se. E o que todos os bancos gostariam de fazer, seria vender o produto tal como está, pois o core da banca não é a construção”.

Os bancos, por seu turno, preferem não abordar este tema. Entre os que têm mais ativos em carteira encontram-se o Novo Banco, a CGD, o Millennium e o Popular. Miguel Gomes, CEO da sociedade PrimeStar, que gere os ativos imobiliários do Popular, adiantou que a empresa tem em curso a conclusão de 40 prédios de um conjunto de 80 identificados para promoção imobiliária. Ao todo, esses 40 edifícios representam 700 apartamentos localizados nas áreas metropolitanas de Lisboa, Porto, Coimbra, Castelo Branco e Faro.

Com 600 milhões de euros em ativos, 15% dos quais inacabados (90 milhões de euros), a PrimeStar investiu nesta primeira fase 20 milhões para concluir os 40 edifícios, muitos dos quais já estavam em fase de acabamentos. “Estamos a apostar naqueles que não implicam um grande esforço de investimento e a entrar no mercado com produto novo, mas a preço dos usados. Já foram reconhecidas as imparidades e conseguimos ter um preço competitivo maior”, explicou Miguel Gomes.

Ver comentários (0) / Comentar

Para poder comentar deves entrar na tua conta

Publicidade