Subida dos custos de construção já se fazia sentir em Portugal e a guerra na Ucrânia agravou este cenário, mostram dados do INE.
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Foto de Rodolfo Quirós no Pexels

O aumento dos custos da construção já se faz sentir há algum tempo em Portugal, tendo a guerra na Ucrânia agravado este cenário. Uma preocupação, de resto, já levantada por vários players do setor. Os dados mais recentes divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE) revelam que, em fevereiro de 2022, os custos de construção de habitação nova aumentaram 8,6% face ao mesmo mês do ano anterior. Trata-se do valor homólogo mais elevado desde agosto de 2008 (8,5%). Em janeiro, o aumento homólogo dos custos de construção tinha sido de 7,4%.

“Em fevereiro, a variação homóloga estimada do Índice de Custos de Construção de Habitação Nova (ICCHN) foi 8,6%, taxa superior em 1,2 pontos percentuais (p.p.) à observada em janeiro. Os preços dos materiais aumentaram 10,1% (9,4% no mês anterior) e o custo da mão de obra aumentou 6,4% (4,5% em janeiro)”, lê-se no boletim do INE

De acordo com o instituto, “o custo dos materiais contribuiu com 5,9 p.p. para a formação da taxa de variação homóloga do ICCHN (5,5 p.p. em janeiro) e a componente mão de obra contribuiu com 2,7 p.p. (1,9 p.p. no mês anterior)”.

Segundo o gabinete de estatísticas naciona, entre os materiais que mais contribuíram para esta evolução estão, todos com crescimentos homólogos acima dos 20%:

  • aços,
  • produtos cerâmicos,
  • o gasóleo,
  • vidros,
  • aglomerados e ladrilhos de cortiça.

 

Construir casa
INE

Relativamente à taxa de variação mensal (em cadeia) do ICCHN, foi de 1,5% em fevereiro, tendo o custo dos materiais e da mão de obra aumentado 0,4% e 3,0%, respetivamente, face a janeiro. Trata-se de um crescimento superior ao verificado em janeiro (1,4%) e no período homólogo (0,4%).

AICOOPN propõe medidas ao Governo

Entretanto, e conforme escrevemos neste artigo, a Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) remeteu ao Governo um pacote medidas excecionais para fazer face à instabilidade e à situação “absolutamente extraordinária e inesperada que enfrentamos, de modo a salvaguardar as empresas e o país".

A entidade liderada por Manuel Reis Campos adianta, em comunicado, que as medidas propostas ao Executivo têm como objetivo acautelar a competitividade do tecido empresarial “essencial à conclusão dos projetos em curso e à necessária concretização do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e do Plano Nacional de Investimentos 2030 (PNI2030)".

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