
A construção de casas no Reino Unido também está a sofrer os riscos da crise causada pela guerra na Ucrânia, com o aumento da inflação e do preço dos materiais de construção, além da escassez de mão de obra. Para dar resposta a estes desafios, e responder à procura de casas novas, a empresa TopHat anunciou que até 2023 terá uma instalação pronta onde poderá produzir 4.000 unidades pré-fabricadas por ano. Atualmente, já possui uma fábrica em Derby County capaz de produzir 800 casas por ano.
E esta nova unidade não só vai ser a maior fábrica de habitações modulares do país, como também de toda a Europa, tornando-se a empresa numa das principais construtoras do Reino Unido. “Esse processo requer escala significativa para ser lucrativo, mas é um processo de construção mais rápido e eficiente sem comprometer a qualidade de construção”, garante Jordan Rosenhaus, CEO da TopHat. “A construção da fábrica é um processo mais automatizado. Quando se tem tecnologia, processos e sistemas já não se depende mais da mão de obra qualificada”, acrescenta o responsável, citado pelo Financial Times.

Construir casas em fábricas: vantagens e desvantagens
A construção de casas modulares no Reino Unido está, cada vez mais, a tornar-se numa alternativa para combater a escassez de mão de obra qualificada. Outras construtoras emergentes, como a Ilke Homes ou a subsidiária do grupo segurador britânico Legal & General, pretendem quebrar o domínio das grandes construtoras em todo o país. Estas empresas utilizam métodos modernos de construção, como a montagem de salas, unidades ou casas inteiras na sua linha de produção antes de movê-las para o local final.
- Segundo especialistas, o Reino Unido tem um défice de casas novas que poderia ser compensado com as vantagens da construção pré-fabricada, embora os compradores e o próprio setor ainda precisem ser convencidos. "Provavelmente levará anos até que os construtores modulares 'incomodem' os construtores de casas tradicionais", analisa Chris Millington, analista imobiliário da Numis, também citado no mesmo artigo.
- “Ainda é muito mais caro construir casas numa fábrica. Há um ponto em que a inflação da mão de obra mais qualificada necessária nesse tipo de construção ainda é maior do que a inflação da mão de obra na construção tradicional, mas a lacuna entre as duas começará a diminuir”, disse. A TopHat afirmou que espera atingir o lucro até 2024. “Em 10 ou 20 anos, pode ser de 5% a 10% da indústria, talvez 15%. No curto prazo, dado o diferencial de custo, não será um player importante", disse Millingto.
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