
A construção já viu dias melhores no espaço europeu. Em 2022, foram atribuídas menos 5% de licenças para construir na União Europeia (UE) do que no ano anterior. E também as licenças para construir casas caíram 4% entre estes dois momentos, revela o Eurostat. Esta foi uma tendência sentida na maioria dos 27 países que compõem a UE, mas houve exceções. Em Portugal, as licenças subiram 3%.
Há menos licenças de construção atribuídas na União Europeia. Quem confirma esta realidade são os próprios dados do Eurostat esta quinta-feira divulgados (dia 1 de junho): “Em 2022, as licenças de construção (em termos de área útil) diminuíram quase 5% na UE para 386,7 milhões de m2 (em termos absolutos, 18,1 milhões de m2)”.
Esta realidade também é espelhada no mercado residencial, já que também foram atribuídas menos licenças para construir casas na UE entre 2021 e 2022. “Em termos de número de fogos, as licenças também diminuíram 4% (-79.100 fogos) na UE, após um aumento de 16% em 2021”, explicam ainda no documento.
As licenças de construção (em termos de área útil) caíram na em 15 dos 27 Estados-membros da UE em 2022 face ao ano anterior. A maior queda de todas foi registada no Luxemburgo (-28%) e a menor na Roménia (-1%), revela a mesma publicação.
Nos restantes nove países da UE, por outro lado, verificou-se um aumento de licenças para construir , com Malta (+29%), Espanha (+28%) e a Croácia (+21%) a registarem as subidas mais expressivas. As licenças também subiram na Eslovénia (+17%), Bulgária (+12%), Itália (+8%), Hungria (+7%), em Portugal (+3%) e em França (+2%), mostram ainda os dados.

Como têm evoluído as licenças de construção na UE?
Entre 2015 e 2019, o número de autorizações para construção na UE aumentou quase 6%, em média, por ano. A trajetória de atribuição de licenças – quer em termos de área útil quer de número de habitações – seguiu, então, a bom ritmo até 2019, um ano antes da pandemia.
A pandemia da Covid-19, “interrompeu essa evolução”, registando-se uma queda em ambas as licenças em 2020. De notar que, além dos negócios imobiliários terem abrandado dado os sucessivos confinamentos, também se verificou uma subida dos preços dos materiais de construção, uma evolução que se agravou com a guerra na Ucrânia. E o financiamento bancário também ficou mais caro por via da subida de juros.
“No entanto, as perdas de 2020 foram compensadas com o aumento de 2021”, sublinha o gabinete de estatística europeu. De notar que em 2021, verificou-se uma recuperação anual das licenças de 15% em área útil e de 16% em número de fogos.
“Em 2022, embora se tenham registado quedas em ambos os indicadores [área útil e número de casas], o número de licenças na construção manteve-se elevado, mantendo-se acima dos níveis pré-pandemia”, conclui o Eurostat.

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