Este processo vai constituir a base do conhecimento sobre o edificado e facilitar o cumprimento das exigências regulamentares.
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Digitalização dos materiais de construção
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Cátia Colaço
Cátia Colaço (Colaborador do idealista news)

É no contexto da digitalização dos materiais construtivos que surge o projeto Next Generation MC. Liderado pela APCMC (Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção) e promovido no âmbito do programa COMPETE2030-FEDER, este projeto tem como objetivo preparar os comerciantes para os desafios das mudanças no setor da construção, que incluem a digitalização nos processos logísticos e a integração de metas de sustentabilidade.

Contribuindo para reduzir os custos ao longo da cadeia de valor e ajudando a baixar os preços da habitação, a digitalização torna-se essencial para o aumento da eficiência empresarial e económica, mas também para melhorar o acesso à informação sobre os produtos incorporados nas construções.

Neste sentido, a apresentação de dados em formato digital vai permitir a criação de uma ficha técnica digital para cada edifício, constituindo a base do conhecimento sobre todo o edificado e, ainda, dando a possibilidade de, no futuro, caracterizar-se os resíduos gerados nas operações de manutenção e durante a desconstrução ou demolição. Estes dados em formato digital vão permitir a sua utilização na elaboração de projetos de construção, desde a aprovação e durante a vida útil do edifício.

Enquanto líder do projeto, a APCMC constituiu uma Estrutura de Dinamização do Projeto, liderada por uma das vice-presidentes da direção, Carla Carreira, que também preside à APCMC Young Merchants. O Plano Estratégico para a Fileira da Construção Beyond 2030 já foi iniciado e contará com a participação ativa dos associados da APCMC, sendo também ouvidas várias entidades e personalidades do meio académico e do setor da construção, a nível nacional e europeu. 

Construção de edifícios
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Habitação sustentável e o novo Passaporte Digital

No que respeito à construção de habitação sustentável, este é um processo com múltiplos intervenientes, abrangendo a operação e utilização de edifícios e considerando fatores como localização, uso do solo e integração com o ambiente e a paisagem. Importa ainda considerar que o próprio processo construtivo evoluiu rumo à industrialização, oferecendo mais rigor no desempenho dos edifícios, assim como mais eficiência na utilização de recursos e menor desperdício.

Todas estas transformações trazem desafios tanto aos comerciantes como aos fornecedores e a digitalização é um dos pilares dessa transformação. É desta forma que o novo Regulamento dos Produtos da Construção estabelece que, para poderem ser colocados no mercado, todos os produtos deverão possuir um Passaporte Digital.

“Quando falamos em digitalização dos materiais de construção, podemos estar a referir-nos a realidades muito diversas - desde a digitalização dos processos ou operações, seja na produção, no comércio, na logística, no projeto ou na própria construção, até à informação ou dados sobre os produtos, incluindo tanto as características físicas como os dados multimédia (identificação, fotografias, instruções de uso, certificações, garantias, ficheiros CAD ou BIM, etc.)”, explica José de Matos, secretário-geral da APCMC, citado em comunicado.

O responsável sublinha ainda o papel decisivo da digitalização no aumento da eficiência empresarial e económica, “contribuindo para a redução dos custos ao longo da cadeia de valor e para a redução dos preços da habitação”, e para “o acesso à informação sobre os produtos usados nas construções e sobre as necessidades de substituição ou manutenção”.

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