
Comprar casa é, para muitos, o maior investimento de uma vida. No entanto, ainda são poucos os portugueses que recorrem a serviços técnicos especializados antes de avançar com a escritura. É aqui que entra a RELPA, empresa sediada em Braga e dedicada a inspeções habitacionais e preventivas, que tem vindo a ganhar espaço num mercado até há pouco dominado pela ausência de soluções independentes.
Em entrevista ao idealista/news, o fundador da RELPA, Paulo Fernandes, explica como nasceu o projeto, quais os serviços que presta e porque acredita que o setor da construção em Portugal precisa de uma mudança cultural e técnica.
“Muitas pessoas procuravam uma empresa 100% dedicada ao problema das humidades, mas que não estivesse associada a empreiteiros, ou seja, livre de interesses. Foi assim que surgiu a RELPA”, recorda o fundador, que decidiu transformar o seu “bichinho empreendedor” num projeto focado na peritagem independente.
Diagnóstico Habitacional: prevenir problemas antes e depois da compra de casa
“O Diagnóstico Habitacional é essencial porque evita surpresas desagradáveis e ajuda o comprador a tomar uma decisão informada”, sublinha a empresa. Além de servir como ferramenta de negociação, a RELPA defende que este tipo de avaliação “não deve ser feito apenas no momento da compra, mas integrado num plano de manutenção a rever de cinco em cinco anos”.
Entre os problemas mais frequentes identificados estão as humidades, pontes térmicas, falhas em fachadas e coberturas. Alguns destes defeitos podem ter impacto a curto prazo, outros representam riscos mais sérios a médio ou longo prazo.

Questionados sobre padrões no mercado, os especialistas da RELPA admitem que não há regiões ou tipologias mais problemáticas, mas reconhecem que as casas à beira-mar enfrentam desafios acrescidos devido às condições ambientais.
“As casas dos últimos pisos ou sob terraços também têm tendência a apresentar mais problemas técnicos, e a idade do edifício é sempre um fator determinante”, acrescentam.
Outro serviço da empresa é a Inspeção Preventiva a edifícios contíguos antes do início de obras, uma prática pouco conhecida mas cada vez mais valorizada.
“A execução de uma obra pode causar danos aos edifícios vizinhos e originar diferendos que acabam em tribunal. O nosso relatório técnico, com registo fotográfico detalhado, documenta o estado de conservação prévio e protege ambas as partes”, explicam.
Estes relatórios ficam registados em notário e, embora não sejam obrigatórios por lei, têm ganho recetividade entre construtoras.

A procura por diagnósticos habitacionais cresce entre os portugueses
Há alguns anos, os diagnósticos habitacionais eram sobretudo pedidos por clientes estrangeiros, principalmente americanos, habituados a inspeções residenciais obrigatórias no seu país.
Hoje, o cenário é diferente. “Felizmente, cada vez mais portugueses veem este serviço não como um custo, mas como uma ferramenta imprescindível para saber o que realmente estão a comprar”, refere a empresa, sublinhando também o valor negocial deste tipo de relatório. Embora o mercado da RELPA seja mais focalizado na região Norte, a empresa realiza pontualmente peritagens na Grande Lisboa.

Como a RELPA aplica os seus princípios no dia a dia?
O trabalho da empresa assenta em três princípios fundamentais:
- Conhecimento técnico: "além de vários anos dedicados 100% às peritagens, trazemos também o know-how prático do tempo em que estivemos ligados à construção";
- Prevenção: "reflete-se na nossa preocupação em identificar não apenas as patologias visíveis, mas também riscos futuros, permitindo antecipar problemas e reduzir custos a longo prazo";
- Decisão informada: "é suportada pelo uso de equipamentos profissionais –câmaras térmicas, medidores de humidade, câmaras endoscópicas e inspeções aéreas – que nos permitem recolher dados objetivos e precisos". Os relatórios ajudam os clientes a agir com segurança.

O que falta mudar no setor?
Para a RELPA, o grande desafio do setor da construção e reabilitação em Portugal não passa apenas por regras legais, mas sobretudo pela formação dos trabalhadores.
“O que vemos é uma falta de formação especializada. Muitos aplicam técnicas porque ‘sempre se fez assim’ ou ‘porque sim’, sem compreenderem a evolução dos métodos construtivos. A formação técnica deveria ser específica e obrigatória”, defendem.
E deixam uma nota final:
“Já lá vai o tempo em que um aprendiz começava nas obras em tenra idade e aprendia com o mestre. Hoje, é urgente apostar em formação profissional sólida e atualizada.”

Acompanha toda a informação imobiliária e os relatórios de dados mais atuais nas nossas newsletters diária e semanal. Também podes acompanhar o mercado imobiliário de luxo com a nossa newsletter mensal de luxo.
Segue o idealista/news no canal de Whatsapp
Whatsapp idealista/news Portugal
Para poder comentar deves entrar na tua conta