A casa de São Bernardo à Estrela, sede da ES Resources (detida a 100% pela Rioforte Investments, sedeada no Luxemburgo), está à venda por 3,4 milhões de euros na Remax do Lumiar. A imobiliária tem a casa anunciada no seu site, mas há um arresto decretado pelo Ministério Público que é preciso levantar antes da venda.
Segundo o Diáro Económico, foi neste imóvel, que foi o Estado-Maior do Grupo Espírito Santo (GES), que se tomaram as grandes decisões do Grupo. E foi lá também que, em reunião de Conselho Superior, Ricardo Salgado comunicou à família que a ES International – “holding” de todo o universo empresarial e financeiro da família - tinha mais de seis mil milhões de euros de dívida e que estava falida.
A casa localizada na Rua São Bernardo à Estrela, nº 62, que foi de Mary Cohen, chegou a ser a morada de infância e adolescência de Ricardo Salgado e nela viveu também o primo José Maria Ricciardi. Mais tarde, quando a família voltou do exílio para reconstruir o grupo, na segunda metade dos anos 80, foi transformada na sede do Conselho Superior e na sede do Grupo não financeiro.
Atualmente é ainda a sede da ES Resources, que aglutinava as empresas não financeiras do GES, mas era também a sede do Conselho Superior do Grupo. Este era composto pelos membros da família, no qual estavam representados os cinco ramos Espírito Santo: Maria do Carmo Moniz Galvão Espírito Santo; José Manuel Espírito Santo; Ricardo Salgado; Comandante António Ricciardi e Mário Mosqueira do Amaral.
A propriedade do edifício é da ES Property que é da ES Resources, por sua vez controlada a 100% pela Rioforte, que está em liquidação no Luxemburgo. Esta decisão de venda resulta de uma decisão do Tribunal do Luxemburgo de pôr à venda todos os ativos das empresas do ex-GES, sediadas naquele país, e que estão em liquidação, nomeadamente a Rioforte e ESI, de forma a obter fundos para poder pagar aos credores que se registaram naquele Tribunal, escreve a publicação.
Apesar do processo de venda ter sido desencadeado pelo liquidatário judicial administrador de insolvência da Rioforte no Luxemburgo, em Portugal ocorreu, entretanto, um arresto do imóvel, ordenado pelo Tribunal Criminal a pedido do Ministério Público. Ou seja, a venda exigirá que, antes, seja levantado o arresto. Como não está garantido o levantamento desse arresto, a venda ficará sempre dependente de um recurso jurídico para o Tribunal da Relação de Lisboa a pedir para libertar o imóvel desse ónus.
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