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Os setores da engenharia e da arquitetura foram dos mais afetados pela crise financeira que assolou o país nos últimos anos. E os números comprovam isso mesmo. Segundo Victor Carneiro, presidente da Associação Portuguesa de Projetistas e Consultores (APPC) – congrega o setor da engenharia e da arquitetura –, “a crise atingiu o setor em cheio em 2010, tendo-se registado de lá para cá uma quebra de 65% na faturação do setor”.

De acordo com o responsável, esta quebra na faturação significa que o mercado interno vale 35% do que valia em 2010. “No entanto, globalmente, a atividade das empresas da APPC – a associação representa cerca de 140 empresas sedeadas no país – decresceu 37,5%, porque muitas delas conseguiram atenuar os efeitos da crise interna na frente externa”, revelou Victor Carneiro, em entrevista ao Diário Económico.

O líder da APPC adiantou que os sócios da associação “faturam entre 370 e 400 milhões de euros, o que representa 25% do mercado total e mais de 30% do mercado empresarial”. “O setor que representamos está ligado aos projetos de obras. São todas empresas que não são construtoras. Estas empresas de engenharia e de arquitetura são, em grande parte, responsáveis pela modernização que se deu em Portugal nas últimas décadas ao nível das infraestruturas e do ambiente urbano, de que são exemplos os sistemas de abastecimento e de tratamento de águas e de esgotos, as redes de transportes, as redes de energia”, contou.

Com a crise, muitas empresas foram forçadas a apostar forte noutros mercados internacionais. “Em média, uma empresa que antes da crise tinha uma faturação de 70% no mercado interno e os restantes 30% no mercado externo, passou a ter 90% nos mercados externos e apenas 10% no mercado interno. Em termos de total nacional, desapareceram cerca de 20% das empresas e cerca de 20% do pessoal”, explicou Victor Carneiro.

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