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Construtora Opway recorre de mais uma decisão de insolvência (a segunda este ano)
Katherine McCormack/Unsplash

O Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa proferiu, dia 7 de agosto de 2019, a sentença de declaração de insolvência da Opway Engenharia, que foi requerida por Miguel Saraiva Associados - Arquitectura e Urbanismo, tendo agendado para dia 4 de outubro a realização da assembleia de credores. A construtora já apresentou, no entanto, recurso dessa declaração – a segunda proferida este ano –, alegando que não foi ouvida.

A garantia foi dada por Luís Duarte, CEO da construtora desde fevereiro deste ano, ao Jornal de Negócios. O responsável adiantou que também foi apresentado um recurso no pedido de insolvência anterior, desencadeado pela Medway, operador ferroviário e logístico de mercadorias. Em causa está uma declaração de insolvência proferida a 10 de abril que foi revogada em julho, dando o tribunal razão à empresa. Neste caso, explicou o CEO, o tribunal entendeu que é “interesse dos atuais acionistas da Opway a continuidade da empresa”, que se encontra em atividade.

Segundo a publicação, a Opway tem neste momento uma carteira de encomendas de 20 milhões de euros e, no conjunto das empresas que integram o grupo, emprega mais de 90 trabalhadores. 

Estamos no ano zero e com vontade de recuperar”, referiu Luís Duarte, adiantando que a empresa tem todos os salários em dia e reconhecendo que existe “uma situação do passado para a qual será necessário encontrar uma solução”.

Da lista de credores da construtora que pertenceu ao universo Espírito Santo apurada no processo movido pela Medway, que acabou por ser anulado, estão vários bancos, como a Caixa Geral de Depósitos e o BCP, mas também o BES e as massas insolventes da Espírito Santo Internacional e da Rio Forte Investments. 

Em maio, a Opway Engenharia tinha abertas mais de 130 ações judiciais intentadas contra si, sendo que desde 2014 essas ações ultrapassam os 13,7 milhões de euros.

De recordar que venda da Opway à Nacala Holdings, que aconteceu no final de 2017, foi revertida, tendo a construtora voltado para as mãos dos antigos donos, a Spring Charisma, que terão alegado incumprimento contratual por parte da compradora.

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