José Costa Rodrigues, CEO da startup portuguesa Relive, fala ao idealista/news sobre o negócio da empresa em Portugal e nos EUA.
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Startup portuguesa Relive tem escritórios em Lisboa e no Texas
José Costa Rodrigues, CEO da Relive, no Texas (EUA), onde a startup também opera Foto: José Costa Rodrigues

A ligação de José Costa Rodrigues ao futebol é bem visível, por exemplo, através dos vários recortes e imagens de jogadores que tem no escritório da startup imobiliária Relive em Lisboa. A verdade é que antes de ter sido notícia por ter fundado a Forall Phones, um negócio de venda de smartphones recondicionados que ganhou asas, tendo sido, entretanto, vendido, o jovem empreendedor português jogou futebol até aos 17 anos: representou o União de Leiria, tendo sido colega, por exemplo, de Stephan Eustáquio, que agora alinha no FC Porto. José investiu agora no setor imobiliário, com a Relive, mas a analogia com o “mundo da bola” está sempre bem presente. 

“Tenho um lado futebolístico que me acompanha sempre em tudo, e gostava de ser para o mercado imobiliário o mesmo que o Jorge Mendes [empresário de futebolistas, como por exemplo Cristiano Ronaldo] é para os jogadores de futebol. O que é que o Jorge Mendes faz? Um, encontra os melhores. Dois, trata-lhes de tudo o que circunda o negócio deles. Qual é o negócio dos jogadores de futebol? Jogar futebol? Então ele despreocupa os jogadores para que sejam bons na sua profissão. O que a Relive quer fazer é despreocupar os empresários do setor para que eles se foquem no seu negócio? É fazer rua, é falar com clientes proprietários, é angariar imóveis, é acompanhar clientes compradores”, diz o jovem empreendedor ao idealista/news. 

José Costa Rodrigues quando jogava futebol
José Costa Rodrigues jogou vários anos no União de Leira Foto: José Costa Rodrigues

Complementando a analogia, José Costa Rodrigues revela que quando queria ser jogador de futebol, nos tempos do União de Leiria, chegou a enviar uma carta para a Gestifute, empresa de Jorge Mendes. “Mas como não era craque acabei por não ser agenciado por ele”, conta. 

Voltando à Relive, José Costa Rodrigues assegura que este é um tipo de negócio e/ou serviço que é novidade na mediação imobiliária em Portugal – “aqui não há nada assim” –, o mesmo não acontecendo nos EUA, onde a Relive também já tem licença para operar, desde junho.  

Startup portuguesa Relive já conseguiu obter licença de mediação imobiliára no Texas (EUA) e já tem três consultores imobiliários.

O jovem gestor adianta que foi para o Texas (EUA) sozinho, em janeiro de 2022, e que já conseguiu obter licença de mediação imobiliária. A empresa tem três consultores e já está inclusive a faturar. “Emitimos a primeira fatura em meados de junho”, diz. 

Um processo que foi longo, mas que teve final feliz: “Para se ser consultor imobiliário no estado do Texas é preciso fazer 180 horas de curso. Depois a pessoa candidata-se a exame e, se passar, recebe a licença. Depois, nos dois anos seguintes tem de fazer mais 90 horas de formação. Para se ser broker, para se ter uma licença de mediação imobiliária, é preciso ter sido consultor nos cinco anos anteriores. Quando chego ao Texas e dou de caras com esta realidade pensei que não ia conseguir. Acabámos por contratar um managing broker com essa experiência, por encontrar consultores já licenciados e candidatámo-nos à licença. A equipa já tem três consultores, eu e o managing broker, sendo que os consultores só fazem arrendamentos, são especializados nesse segmento. Um dos consultores fez 14.000 dólares no primeiro mês de faturação”. 

Relive já está a operar nos EUA
Vista panorâmica de Austin, no Texas (EUA) Photo by MJ Tangonan on Unsplash

Arrendamento a ganhar força no Texas

Quando questionado sobre o porquê da Relive só fazer arrendamentos nos EUA, pelo menos para já, José Costa Rodrigues adianta que “há imensas empresas grandes, como a Tesla, o Facebook e a Google, que estão a deixar de ter escritórios em São Francisco, uma cidade muito cara, e a ‘entrar’ em Austin, no Texas”. “O que significa que muitos jovens estão a chegar, e a maioria vai arrendar. Estão a fazer-se muitos arrendamentos no Texas. Isto é bom para nós [Relive], porque é um negócio que se faz rápido. No primeiro mês no Texas faturámos 60.000 dólares”, comenta.

Relive tem cerca de 40 consultores em Portugal

Relativamente ao negócio da Relive em Portugal, o jovem empreendedor diz que a empresa já está a operar a 100% em território nacional: “Digo sempre que o negócio da América não funciona sem Portugal. E talvez um dia o negócio em Portugal não funcione sem o da América. Neste momento, temos em Portugal cerca de 40 consultores. Viemos dos 250 para os 40. Fomos selecionando os e as melhores. Posso estar muito enganado, mas quer-me parecer que temos uma coisa especial a longo prazo. Só se vai ver daqui a três, cinco anos. Leva tempo”.

“Encontrar as pessoas certas é o mais complicado, por isso temos de ser seletivos, porque a parte mais difícil de uma empresa é contratar pessoas”

José Costa Rodrigues garante que a empresa continua “a recrutar consultores experientes de outras agências”, mas a experiência adquirida desde que a Relive foi criada faz com que este tenha de ser um processo “muito seletivo”. “Encontrar as pessoas certas é o mais complicado, por isso temos de ser seletivos, porque a parte mais difícil de uma empresa é contratar pessoas”. 

Um dos segredos é ser ambicioso e ter, ao mesmo tempo, os pés bem assentes no chão, diz, mostrando-se confiante quando ao futuro da empresa. “Sinto que temos uma visão e uma missão muito clara. Agora é manter-nos fiéis a essa visão e ir ‘step by step’, é continuar todos os dias consistentes e resilientes. Acho que vamos fazer a diferença na vida de muitas pessoas”, remata. 

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